Com um imóvel incendiado por dia no DF, cresce procura por seguro

Corpo de Bombeiros registrou 122 ocorrências dessa natureza nos quatro primeiros meses do ano. Casos em áreas nobres têm assustado população.

Na última semana, o sexto andar do Bloco M da 110 Norte foi tomado por um grande incêndio. A ocorrência chamou atenção para um problema que vem se tornando corriqueiro no Distrito Federal. Somente nos quatro primeiros meses deste ano, segundo levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros, em média, uma edificação por dia foi atingida pelo fogo no DF.

De acordo com a corporação, até o fim de abril, foram registrados 122 casos dessa natureza. Os motivos mais comuns são curtos-circuitos provocados por equipamentos eletrônicos em tomadas sobrecarregadas, além de vazamentos em botijões de gás, panelas em cima de fogões ligados e velas acesas

Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros Ronaldo Reis, como muitas edificações do Distrito Federal são antigas, é necessária uma reavaliação da parte elétrica desses locais. “Até porque a quantidade de equipamentos eletrônicos atualmente é muito maior do que há alguns anos”, destaca.

Os incêndios também estão relacionados à negligência e à desatenção dos moradores. “Ao utilizar o fogão, a pessoa deve ter a atenção voltada para aquela atividade. Muitos esquecem as bocas acesas, o que pode causar tais acidentes”, alerta o militar.

Os celulares também merecem atenção especial. “Devem ser carregados fora da capa de proteção e não podem ficar em cima de superfícies que possam superaquecer”, explica Ronaldo Reis.

Com o elevado número de incêndios, cresceu a preocupação de moradores do DF que buscam opções para se prevenir de sinistros e evitar prejuízos. O maior indício disso é a contratação de seguros residenciais particulares.

Segundo dados do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros e de Capitalização (SindSeg), os valores arrecadados com a venda de apólices patrimoniais no Distrito Federal saltaram de R$ 68,7 milhões para R$ 74 milhões, na comparação entre janeiro a março de 2017 e o mesmo período de 2018. Isso representa um crescimento de 7,7%.

Mas o número de residências que têm seguro no país ainda é muito pequeno. De acordo com a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), apenas 14,5%, contam com essa cobertura. Não é o caso do dono do apartamento 603 do Bloco M da 110 Norte, onde começou o grande incêndio na segunda-feira (14/5).

O coronel da reserva do Exército Adhemar Sprenger Ribas, 64 anos, disse, nesta semana, ter perdido tudo o que conquistou durante a vida, com seu trabalho, ao lado da esposa e dos filhos. “A partir de agora, é um novo começo”, ressaltou.

Federico Salazar é gerente da Caixa Seguradora e explica por que as pessoas não buscam esse tipo de cobertura. “O brasileiro acredita que o seguro residencial é mais caro que o do carro, mas ele é infinitamente menor”, afirma.

Salazar mostra que, para a definição da apólice, são levadas em conta questões como o valor do imóvel, a localização e os bens dentro da residência. Ele diz que um seguro básico, geralmente, possui coberturas contra incêndio, roubo e danos elétricos. O custo desse serviço é, em média, de R$ 250 anuais.

FONTE: Jornal Metrópoles via SindSeg MD