China acelera abertura do sector financeiro ao investimento estrangeiro

Investidores estrangeiros poderão “dentro de meses” adquirir participações maioritárias em seguradoras, fundos de investimento, futuros e companhias de seguros de vida da China, anunciou hoje o banco central chinês, numa altura de intensas disputas comerciais com Washington.

O anúncio surge um dia depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, ter prometido acelerar a abertura do mercado financeiro do país e reduzir as barreiras ao investimento estrangeiro nos sectores automóvel, construção naval e aviação.

Em novembro passado, o Ministério das Finanças chinês avançou que o país iria permitir a empresas estrangeiras adquirirem participações maioritárias em seguradoras ou fundos de investimento, mas não detalhou uma data.

Os novos detalhes sobre a abertura do sistema financeiro chinês ao capital estrangeiro surgem num período de tensão com os Estados Unidos em torno de questões comerciais.

A China é também alvo de frequentes críticas de Bruxelas e Washington, devido às barreiras que impõe ao investimento estrangeiro em vários sectores, enquanto as empresas chinesas têm acesso sem restrições aos mercados externos.

No comunicado do Banco Popular da China (banco central) afirma-se ainda que o país irá abrir ao investimento estrangeiro as empresas de leasing e crédito ao consumo ou compra de automóvel.

A mesma nota avança que irá abolir os limites à participação estrangeira em ativos de investimento de bancos comerciais e operações de gestão de riqueza.

Na semana passada, os EUA divulgaram uma lista de importações chinesas avaliadas, no conjunto, em 50.000 milhões de dólares (40.700 milhões de euros), e às quais propõem aplicar taxas alfandegárias, como retaliação pela “transferência forçada de tecnologia e propriedade intelectual norte-americana”.

Em reação, Pequim ameaçou subir os impostos sobre um conjunto de produtos norte-americanos, que em 2017 valeram o mesmo valor nas importações chinesas.

No fim-de-semana passado, Trump ameaçou subir as taxas alfandegárias para produtos chineses num valor adicional de 100.000 milhões de dólares (81.000 milhões de euros).

Fonte: Jornal de Negócios – Portugal