Workshop com Diza Gonzaga

Foi na manhã da última quarta-feira (22), que o Sindicato recebeu a Presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, Diza Gonzaga, para ouvir um pouco mais sobre o trabalho que a Fundação desenvolve a mais de 20 anos. Para o Presidente do Sindicato, Guacir Bueno, o trabalho executado pela Vida Urgente, como também é conhecida a Fundação, é de alta relevância para a sociedade e está intimamente ligado com a atividade do seguro, já que foca na prevenção. “Nossos trabalhos tem o mesmo objetivo, embora em escalas diferentes: dar uma melhor qualidade de vida a todos”, destacou.

Diza afirmou se sentir em casa no Sindicato, que há dois anos é parceiro da Fundação, aportando uma contribuição mensal, o que ajuda na realização de muitas das atividades programadas. “Fico pensando que se tivesse alguém fazendo este trabalho há 20 anos, meu Thiago não teria entrado em uma carona sem volta”, afirma Diza. Ela ressalta que desde o início, o objetivo era tirar a frieza dos números relativos ao trânsito no país e que, muitas vezes, não eram de conhecimento da população. “O cinto de segurança, por exemplo, não era obrigatório. Quantas viagens já fiz com as crianças pulando no banco de trás? Hoje em dia isso soa como um absurdo, mas era a realidade que vivíamos e achávamos normal”, explica.

Quase a totalidade das ações desenvolvidas atualmente pela Fundação tem como foco a prevenção e conscientização, especialmente de crianças e jovens. Tanta dedicação já rendeu diversos prêmios e chamou até mesmo atenção da ONU, que convidou a Entidade para contribuir no desenvolvimento de um projeto mundial: a ONG Yours, criada nos moldes do Vida Urgente.

Porém, para Diza, mais importantes que os prêmios e reconhecimentos são os números que apresentam redução. “Quando comecei a Fundação, morriam em média 7 jovens na região metropolitana de Porto Alegre por final de semana no trânsito. Como mãe, nunca tive acesso a estes dados e minhas preocupações foram sempre outras. Atualmente, temos em média 2 óbitos por final de semana. Não vejo um motivo para comemorarmos, pois não deveríamos ter nenhum, mas mostra que nosso trabalho está trazendo resultados efetivos”, afirma.

Mesmo sendo o Estado onde os jovens começam a beber mais cedo, os de Porto Alegre já mostram mudança na mentalidade e mais de metade acredita que álcool e direção não combinam. “Fizemos uma pesquisa em parceria com a Uber que mostrou maior consciência dos gaúchos em relação a esta questão da bebida. A pesquisa foi feita também em Florianópolis e Curitiba e a capital gaúcha foi a que apresentou maiores índices de consciência dos jovens”, garante Diza.

Além do trabalho de prevenção, a Fundação tem também um sistema de apoio para pais que perderam filhos em acidentes de trânsito. “Digo que 99% é prevenção e 1% é lidar com o prejuízo, pois muitos pais começaram a me procurar após terem enfrentado a mesma situação que eu, e percebi que havia a necessidade de oferecermos grupos de apoio”, explica. Porém, Diza faz questão de ressaltar que não é um grupo de choro, embora eventualmente a emoção tome conta, mas um local para “darmos as mãos e levantarmos juntos”. Os encontros são mediados por psicólogos voluntários. Deste trabalho surgiu também o coral Vida Urgente, que realiza apresentações gratuitas ao longo de todo o ano.

Em 2017, com ajuda dos parceiros, foi possível viabilizar a ida de três jovens para o Encontro Mundial de Lideranças Universitárias da ONU, ocorrido em setembro, na Tailândia. Lá, eles puderam trocar experiências com outros participantes de todo o mundo e apresentar o trabalho do Vida Urgente. Os parceiros também permitem que as peças de teatro Exército de Sonhos e A Flor e a Borboleta percorram todo o Estado, realizando apresentações em escolas. Em 2017 mais de 10 mil adolescentes e jovens puderam assistir ao Exército de Sonhos em diversas cidades gaúchas. Focado mais em crianças de três a 9 anos, A Flor e a Borboleta, teve mais de 123 apresentações em 54 escolas, com um público de mais de 3 mil.

O Presidente do Sindicato destacou ainda a importância da pintura das borboletas (símbolo do Vida Urgente) nas ruas. “Mais do que a lembrança do local que uma pessoa perdeu a vida, ela serve de alerta para todos que passam, mostrando que, muitas vezes, um local corriqueiro também oferece riscos”, garante. Ao final, Diza recebeu do Presidente um certificado de agradecimento por sua participação no evento.