Evolução econômica condiciona seguros

A taxa de penetração do mercado segurador, que equivale a um por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ainda está muito dependente da evolução da economia do país, disse na quinta-feira em Luanda o presidente do Conselho de Administração da ENSA- Seguros de Angola.

Manuel Gonçalves, que falava à margem da cerimônia de lançamento do livro intitulado “ENSA 37 anos” e homenagem a antigos funcionários da empresa, defendeu a necessidade de haver mais trabalho para a criação de instrumentos que funcionem no setor financeiro da economia, através da banca e mercado de capitais, no sentido de aumentar a taxa de penetração da rede de seguros.
“Se considerarmos que o aumento da quota de mercado depende do nível de competição que tivermos, do aumento de carteira, dos níveis de cultura de seguros, veremos que a taxa de penetração do mercado segurador está muito dependente da evolução econômica do país”, frisou.
Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Agência Reguladora de Seguros de Angola (ARGEG), Aguinaldo Jaime, defendeu a promoção do fundo de pensões, por ser um recurso de médio e longo prazo importante para que o setor bancário e o mercado de capitais criem bases neste instrumento.
Esse fundo, complementou, pode estimular o surgimento de novos produtos que contribuam para a diversificação da economia.

O gestor enalteceu os esforços empreendidos pela atual e antigas direções da ENSA, pela qualidade dos seus serviços e firmeza no mercado, mesmo com o surgimento de novos concorrentes privados.

Aguinaldo Jaime reconheceu o fraco nível de cultura de seguros como um grande desafio do setor.

“Face à redução da taxa de penetração de seguros, em comparação com outros países a nível da região, temos todos de contribuir para o crescimento desta taxa”, sublinhou.

O Presidente do Conselho de Administração da ARSEG apontou como ferramenta para elevar a taxa de penetração dos seguros em Angola a sensibilização do público consumidor sobre a importância social e econômica dos serviços de seguro.

“Deve esclarecer-se ao consumidor que, caso aconteça algum incidente, a seguradora, sem quaisquer manobras, lá estará para repor o bem sinistrado e indenizar o assegurado”, sublinhou.
A empresa estatal de seguros reiterou o seu compromisso de ajudar no crescimento econômico do país, dinamizando cada vez mais o mercado segurador, com base nas boas práticas internacionais.  Entre os desafios da companhia de seguros, Manuel Gonçalves apontou a melhoria constante da prestação dos serviços, em termos de qualidade, para proporcionar aos clientes cada vez mais valor, comodidade, conforto e celeridade na resolução dos casos.

Mais formação: A companhia de seguros vai apostar na continuidade dos programas de capacitação dos quadros, para que esses serviços sejam garantidos. “Temos quadros da área comercial suficientemente capazes para o desenvolvimento das tarefas que tem em função”, afirmou.

O gestor apontou o desenvolvimento das competências técnicas, comerciais, de liderança e comportamentais dos técnicos, assim como a adoção de estratégias mais eficazes, como alguns dos desafios da empresa.

No quadro das celebrações do 39.º aniversário da ENSA-Seguros de Angola, assinalado hoje, estão a ser realizadas várias atividades sociais, econômicas e desportivas.

Fundada a 18 de fevereiro de 1978, a Empresa Nacional de Seguros e Resseguros de Angola iniciou a sua atividade a 15 de abril do mesmo ano, com a denominação de Empresa Nacional de Seguros e Resseguros de Angola sob a forma jurídica de Unidade Econômica Estatal (UEE), hoje transformada em sociedade anônima.

Fonte: Jornal de Angola