Procura por proteção contra ataques virtuais surpreende

A procura por seguro contra ataques cibernéticos está mais diversificada do que a projetada incialmente pelas empresas do ramo. Hospitais, data centers e companhias do ramo da telecomunicação estão entre as que mais procuram esse tipo de serviço no Brasil, o que de certa forma surpreendeu as seguradoras. A AIG, primeira empresa a lançar o produto no Brasil em agosto de 2012, esperava que seus principais clientes fossem bancos e empresas ligadas à indústria de cartões. “Inicialmente nos projetávamos que as instituições financeiras nos procurariam mais do que outros setores para evitar as perdas causadas em fraudes financeiras nas contas de seus clientes”, afirmou o coordenador de produtos financeiros da AIG no Brasil, Flávio Sá. Ainda de acordo com ele, a maioria das empresas hoje trabalha com uma extensa base de dados que precisam ser protegidos contra crimes virtuais. Flávio cita, por exemplo, os hospitais que armazenam resultados de exame e fichas com o histórico médico de todos os seus pacientes. “Se um presidente está com uma doença grave e isso vaza para a imprensa isso pode trazer um prejuízo enorme”, afirmou. Ele citou ainda outra hipótese para mostrar os impactos que o vazamento de dados médicos pode causar uma pessoa ou a uma empresa. “Se o presidente de uma grande companhia está com câncer e o mercado descobre, isso pode derrubar as ações da companhia. Como oferecemos proteção contra todo tipo de vazamento de dados alguns hospitais tem nos procurado”, afirmou o representante da AIG. Outra empresa que oferece esse tipo de seguro no Brasil é a Zurich Seguros. O diretor da empresa, Vinícius Jorge, enfatiza que os riscos colocados afetam não só as grandes empresas, mas também as micro, pequenas e médias. “Os riscos nessa área são enormes para empresas e até mesmo para políticos e figuras públicas. Um caso interessante foi o da uma empresa especializada em segurança, que teve seu sistema invadido e gastou mais de R$100 milhões em investimento para impedir novas invasões de seu sistema. A empresa que vende proteção de sistemas, foi invadida. Imagina o quanto as demais companhias não estão vulneráveis?”, afirmou. Ele afirmou ainda que o produto foi lançado nos Estados Unidos há dois anos e que cerca de 1 mil empresas já contrataram esse tipo de proteção. (DCI)