Pedro Carvalho: “Seguros em Portugal têm tradição de serem baratos”

Compartilhar nas redes sociais

O CEO da Tranquilidade fez declarações sobre preços de seguros, disse que as empresas devem ter cuidado com direitos humanos para não se tornarem inseguráveis e referiu-se aos seguros de saúde.

“Os seguros em Portugal têm uma tradição de serem bastante baratos, mesmo os de saúde. No automóvel é dois terços de Espanha”, afirmou Pedro Carvalho, CEO da Tranquilidade/ Generali em entrevista ao Jornal de Negócios, publicada esta quarta-feira.

Sob o tema geral da sustentabilidade, Pedro Carvalho deu igualmente a sua opinião sobre aspetos mais diretamente relacionados com atividade seguradora.

Quanto à exposição de Portugal a riscos climáticos: “Temos riscos que outros países não têm e que têm de ter um custo associado. Nomeadamente, os riscos sísmicos. Quem quiser uma apólice que cubra riscos sísmicos em Lisboa tem um custo.

Se pedir no Porto é quase zero. O mesmo se vai passando em relação às cheias. Foi bastante visível em Lisboa que há zonas que estão sujeitas a cheias. Dito isto, as cheias e as ondas de calor estão espalhadas por toda a Europa.

Não sei até que ponto podemos dizer que em Portugal vai ser muito mais caro do que noutros países. Os seguros em Portugal têm uma tradição de serem bastante baratos, mesmo os de saúde. No automóvel é dois terços de Espanha”

Sobre seguros de saúde afirmou que “é dos mais sensíveis para as pessoas, porque lhes toca fisicamente, de forma literal. Todos os operadores têm feito um esforço grande. A legislação também ajudou.

Hoje não há letras pequenas nos contratos. Tentamos que haja uma tabela para quando a pessoa contrata o seguro saber o que está coberto, o que é que não está e quais são os limites”.

Sobre valores como Direitos Humanos alertou que tem consequências junto das seguradoras. “Uma empresa que não consegue segurar o seu negócio tem dificuldades em obter financiamento e conseguir trabalhar”, adiantou Pedro Carvalho, acrescentando que “os direitos humanos são um tema particularmente sensível” para a sua companhia.

Continuando, disse que “no grupo Generali temos particular cuidado com algumas indústrias, como os têxteis. Julgo que em Portugal as coisas são bem tratadas.

Tem havido algumas exceções que mancham o trabalho da maior parte. Nós conhecemos bem o setor agrícola. E, recentemente, por causa de um episódio sério, grave e dramático, todo o setor agrícola ficou muito manchado.

Podemos garantir, tendo uma quota de mercado muito elevada em seguros de colheitas, conhecendo bastante bem o setor, que não é assim que as empresas trabalham”, concluiu.

Fonte: Eco – SAPO