Início do inverno demanda maior cuidado com doenças respiratórias

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O início do inverno nesta quarta-feira (21/06) traz um alerta para a ampliação dos cuidados com a saúde. As temperaturas mais baixas, verificadas nesta época do ano, favorecem a disseminação de vírus como o da gripe, resfriados e a própria covid-19.

Por isso, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) recomenda algumas medidas de higiene e outras medidas de prevenção, como as vacinações contra a influenza e o coronavírus.

Entre as ações do Governo do Estado, o Programa Inverno Gaúcho com Saúde visa reforçar serviços nos hospitais, com o investimento de recursos extras nas entidades e empréstimo de equipamentos.

A maior transmissão durante o inverno ocorre por conta de hábitos relacionados ao frio, como a maior permanência em espaços fechados e com pouca ventilação, o que facilita a circulação de microrganismos, principalmente vírus respiratórios.

Conforme explica a enfermeira do Núcleo de Doenças Transmissíveis Centro Estadual de Vigilância Saúde (Cevs), Letícia Martins, a temperatura e a umidade no inverno são propícias para as infecções respiratórias.

“Quanto menor a umidade mais fácil é a transmissão, visto que as partículas virais ficam mais tempos suspensas no ar, já quando a umidade está muito alta, elas caem com as gotículas de água”, explica. “E quando está mais frio, as pessoas têm a tendência de ficarem mais confinadas, em espaços mais fechados.

A gente não mantém a nossa casa aberta com as janelas e portas abertas no inverno. Todos esses fatores fazem com que a transmissão de qualquer vírus respiratório seja mais intensa durante essa época do ano”, completa.

Aumento da demanda de saúde entre junho e agosto

Entre os meses de junho e agosto, a demanda por atendimentos de saúde tende a aumentar. Doenças do sistema respiratório foram a principal causa de internação de crianças e adolescentes de zero a 14 anos no Estado em 2022, representando 12,3% dos casos.

Em comparação com o ano de 2019, antes da pandemia da covid-19, houve um aumento de 6% nas hospitalizações pediátricas por doenças respiratórias. Pneumonia, asma e bronquite e bronquiolite agudas são as enfermidades que mais levaram às internações, quadro agravado pela pandemia.

Programa Inverno Gaúcho

O Programa Inverno Gaúcho com Saúde lançado este ano pelo Governo do Estado conta com um orçamento de R$ 10,1 milhões do Tesouro estadual para reforçar os serviços nos hospitais. Com os novos investimentos, a SES visa ampliar e qualificar a rede de atendimento a síndromes respiratórias agudas graves.

Hospitais com até dez leitos de UTI pediátrica recebem R$ 250 mil, e aqueles com mais de dez, R$ 375 mil. Além disso, o programa destina R$ 90 mil para os hospitais com porta de entrada para urgências e emergências.

A distribuição de equipamentos, quando necessários ao atendimento pediátrico e há disponibilidade de estoque, é uma das ações do programa. No último dia 16 deste mês, o Hospital Vila Nova, em Porto Alegre, iniciou o atendimento na nova UTI pediátrica.

A abertura da unidade com dez leitos foi possível com o empréstimo de equipamentos do Governo do Estado: dez respiradores, dez monitores e dez camas.

O Grupo Hospitalar Conceição também recebeu oito respiradores beira-leito, enquanto ao Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas foram repassados quatro conjuntos de equipamentos para UTI, compostos por cama, respirador beira-leito e monitores multiparâmetros.

Predominância de H1N1 acende alerta para vacinação

A vacina trivalente contra o vírus influenza continua sendo a melhor alternativa para evitar formas graves da infecção. O imunizante estimula a produção de anticorpos para as três cepas principais: A (H1N1), A (H2N3) e B.

Neste ano a cepa predominante em circulação identificada nos casos de hospitalização é a A (H1N1), a mesma que originou a pandemia de gripe em 2009. O temor é que, com poucas pessoas vacinadas, a tendência seja de altos números de infecções e agravamentos da doença. “A cepa H1N1 historicamente causa mais prejuízos à saúde em comparação aos outros subtipos de influenza.

A vacina é disponibilizada para garantir que as pessoas estejam imunizadas quando entrarem em contato com o vírus”, informa Letícia.

Neste ano, o Rio Grande do Sul já registrou 774 hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave causadas pelo vírus influenza, das quais 75 evoluíram para óbito. Entre os casos de influenza A com subtipo identificado, o predomínio é do A (H1N1), com 332 casos, contra apenas oito de A (H3N2) identificados este ano. Foram outros 199 diagnósticos para Influenza B e em outros 222 casos o exame não distingue entre os subtipos de Influenza A.

A vacinação contra a gripe influenza ainda está disponível em todos os municípios, conforme estoque remanescente, para todas as pessoas acima dos 6 meses. Mais de 3 milhões de pessoas foram vacinadas. Entre aqueles grupos de maior risco (crianças, idosos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde e professores), a cobertura é de 51%.

Outro importante cuidado recomendado é a vacinação contra covid-19. Em maio deste ano, foram 12 mil novos casos registrados e 104 óbitos pela doença. Até esta quarta-feira (21/06), 1,3 milhão de pessoas fizeram a dose bivalente contra a covid-19, hoje recomendada para todas as pessoas acima de 18 anos.

10 dicas de saúde no inverno:

  1. Lave as mãos com frequência e evite tocar nos olhos, nariz e boca para evitar a propagação de germes e vírus.
  2. Mantenha a vacinação em dia
  3. Tenha uma dieta saudável e equilibrada e tente comer alimentos sazonais e quentes
  4. Hidrate-se bebendo bastante água
  5. Certifique-se de ter um sono adequado para manter seu sistema imunológico forte
  6. Exercite-se regularmente para ajudar a manter a saúde física e mental
  7. Vista-se adequadamente, com roupas quentes e camadas para se proteger do frio
  8. Abra as janelas sempre que possível para renovar o ar em ambientes fechados
  9. Evite contato próximo com pessoas doentes e evite locais com aglomeração
  10. Se apresentar sinais e sintomas de infecção respiratória, use máscara e procure atendimento de saúde

Fonte: Secretaria da Saúde RS