Verão exige cuidados com alimentos e água

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No verão, a temperatura mais alta é mais propícia para a proliferação de micro-organismos que podem causar problemas intestinais.

Na estação mais quente do ano é preciso ter atenção redobrada no consumo de alimentos e água.

Nesta época é mais comum casos de intoxicação causada por bactérias ou vírus. Por isso, a Secretaria Estadual da Saúde alerta para alguns cuidados que podem evitar episódios assim e que podem levar a problemas intestinais.

“No verão, a temperatura é mais propícia para a proliferação desses micro-organismos. É no calor que eles mais gostam de se multiplicar”, explica a coordenadora do Programa Estadual de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Lilian Borges Teixeira. “As pessoas mais vulneráveis a essas doenças são as crianças, os idosos e os imunocomprometidos”, alerta.Essas contaminações podem levar a doenças diarreicas agudas, que são caracterizadas por três episódios ou mais de diarreia em 24 horas e podem estar ou não associado de outros sintomas, como náusea, vômito ou dor abdominal.

Elas podem ser causadas pelo consumo de água ou alimento contaminado e, em um segundo momento, ocorrer a transmissão de pessoa a pessoa, em caso de secreções respiratórias ou transmissão fecal-oral, por exemplo.

Quando duas ou mais pessoas consomem alimentos ou água contaminados da mesma origem se caracteriza um surto. Nesses casos, é importante que se faça a notificação nos canais de comunicação, como o Disque Vigilância do Estado, pelo telefone número 150, ou mesmo os serviços de vigilância de cada município. Lilian explica que, a partir do momento em que há a notificação, é desencadeada uma série de ações para investigar a causa do surto e evitar que novos casos aconteçam.

De acordo com a epidemiologista do Cevs, Amanda Brito de Freitas, os sintomas podem durar entre três e 14 dias. Em caso de adoecimento, ela recomenda a ingestão de bastante água para evitar desidratação, uma alimentação leve e balanceada para regular a flora intestinal, não se auto medicar e buscar ajuda médica, caso persistam os sintomas.

Entre 2017 e 2022, foram registrados no Rio Grande do Sul 222 surtos de doenças de transmissão hídrica e alimentar e 163 de doenças diarreicas agudas.

Os principais causadores dos surtos registrados no Estado durante o período foram as bactérias Estafilococos coagulase positivo e Escherichia coli, que são bactérias encontradas na pele e nas fossas nasais e nas fezes, respectivamente. Ambas estão relacionadas a manipulação inadequada dos alimentos e com a falta de higiene das mãos.

Os micro-organismos foram encontrados mais frequentemente em alimentos mistos, que envolvem muitos ingredientes e muitas etapas de produção, e em cereais ou farinhas e outros produtos à base de cereais. Também é preciso ter cuidado no manejo e consumo de alimentos como carnes e processados, ovos, leite e frutas.

Orientações: – Consumir água potável; saber a origem da água. Se não for possível, pode-ferver a água por, no mínimo, cinco minutos e depois filtrar;

– Lavagem frequente de mãos com água e sabão;

– Cozinhar bem os alimentos; não consumir carnes ou outros alimentos de origem animal mal passados ou crus;

– Lavar bem as frutas e verduras, esfregando para retirar os resíduos orgânicos e deixá-las de molho por 15 minutos em água com cloro;

– Lavar bem os equipamentos, utensílios e superfícies que serão utilizados para fazer a preparação dos alimentos;

– Analisar as condições de higiene e origem dos alimentos comprados por vendedores ambulantes; nestes casos, preferir o consumo de alimentos bem cozidos;

– Verificar a procedência da água do gelo utilizado nas bebidas compradas;

– Estar atento ao “binômio tempo-temperatura”, dois fatores muito importantes no preparo de alimentos. De acordo com a legislação estadual, o tempo máximo de exposição de um alimento cru a temperatura ambiente, no verão gaúcho, é de 30 minutos.

Confira mais informações e dicas no vídeo abaixo com as especialistas em saúde do Cevs, Lilian Teixeira e Amanda Brito: Conhecendo e Prevenindo as Doenças Diarreicas Agudas https://youtu.be/7I6HfPskSP0

Fonte: Secretaria de Saúde do RS – Foto: Pexels.com