Testes de stress das seguradoras provam que principais vulnerabilidades provêm dos riscos de mercado

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Foi publicado o relatório produzido pela EIOPA com os resultados do exercício de stress test europeu de 2021.

O exercício também demostrou a importância das medidas constantes do pacote de garantias de longo prazo, previstas no regime Solvência II, bem como evidenciou a dependência das medidas transitórias, as quais estão a ser progressivamente eliminadas até 2032.

A Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) publicou no dia 16 de dezembro de 2021 o relatório com os resultados do exercício de stress test europeuao setor segurador de 2021.

O cenário testado no exercício de stress test de 2021 assenta no prolongamento dos impactos decorrentes da pandemia de Covid-19 num ambiente de taxas de juro “lower for longer”.

“Neste ano, o exercício abrangeu uma amostra representativa de 43 grupos seguradores e uma empresa individual, de 20 países distintos, que, no seu conjunto, representam 75% do mercado segurador do Espaço Económico Europeu (EEE).

A data de referência para a realização do exercício foi 31 de dezembro de 2020”, explica a ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, membro da EIOPA, em comunicado.

“O envolvimento nacional no exercício de stress test europeu de 2021 foi assegurado pela inclusão do Grupo LongRun Portugal na amostra de participantes.

Adicionalmente, considerando as filiais nacionais de Grupos estrangeiros a participar no exercício, a cobertura do mercado segurador nacional no stress test de 2021 ascendeu a quase 70%”, refere a nota.

Este constitui o quinto exercício desenvolvido pela EIOPA neste âmbito, com o objetivo principal de avaliar, de forma agregada e holística, a resiliência das empresas de seguros europeias a eventuais desenvolvimentos adversos do mercado.

De uma forma geral, o exercício confirmou que as principais vulnerabilidades a que as empresas de seguros europeias se encontram expostas provêm dos riscos de mercado, diz a ASF que ressalva que “embora se tenha constatado que, através da aplicação de medidas de gestão reativas após os choques, seria possível mitigar os impactos de uma evolução adversa dos mercados financeiros”.

O exercício também demostrou a importância das medidas constantes do pacote de garantias de longo prazo, previstas no regime Solvência II, bem como evidenciou a dependência das medidas transitórias, as quais estão a ser progressivamente eliminadas até 2032.

O exercício de 2021 inclui, pela primeira vez, uma componente de mensuração do risco de liquidez, onde é avaliada, no mesmo cenário adverso, a posição de liquidez dos participantes ao longo de um horizonte temporal de 90 dias.

Em determinados casos, a avaliação e a consolidação da posição de liquidez ao nível dos Grupos participantes, dentro do seu perímetro de consolidação, foi efetuada através da recolha de informação ao nível de um subconjunto significativo de entidades seguradoras individuais.

Por forma a obter um mínimo de 80% do total de ativos de cada Grupo, foram identificadas e incluídas na análise 117 empresas individuais.

As vulnerabilidades em matéria de liquidez demonstraram ser uma preocupação menos significativa para o setor segurador europeu, verificando-se que a quantidade de ativos líquidos detidos é, regra geral, suficiente para sustentar movimentos adversos ao nível dos fluxos de caixa.

Com o objetivo de reforçar a transparência do exercício, foi solicitado aos participantes a divulgação de um conjunto pré-definido de indicadores que refletem os seus resultados individuais, tendo 8 dos 44 participantes consentido na publicação dos mesmos, refere a ASF.

Fonte: O Jornal Económico – Foto Cedida