No dia 29 de novembro de 2016, faltando dois minutos para as 22h no horário local, o voo 2933 da empresa boliviana LaMia caiu no morro El Gordo, a 35 quilômetros do aeroporto de Medellin, na Colômbia. Estavam a bordo 77 passageiros de um voo charter contratado pela Associação Chapecoense de Futebol, o clube de Chapecó (SC). A equipe Catarinense estava a caminho de um sonho: disputar a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, de Medellin. A partida seria disputada na quarta-feira (30), no primeiro jogo pelo título. O acidente acabou deixando 71 vítimas.
Segundo a investigação, foi confirmado que o combustível do avião era insuficiente para o voo entre Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e Medelin na Colômbia e que a empresa aérea não se preparou adequadamente para o voo internacional. A pane, de acordo com as investigações, começou 40 minutos antes de o avião cair. O contrato do voo previa escala entre São Paulo e o aeroporto de Medellín, mas a empresa planejou viagem direto para Santa Cruz de la Sierra, o que não foi permitido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). As normas internacionais de aviação exigem que um voo deve ter combustível acima do necessário para fazer o trajeto programado, com sobra para alcançar um aeroporto mais próximo e ter ainda condições de manter o voo por ao menos 30 minutos. O avião da LaMia deveria contar com pelo menos 11.603 quilos de combustível. Mas, de acordo com o relatório final, havia apenas 9.300 quilos.
A aeronave da LaMia possuía uma apólice de seguro junto à corretora Aon e tem como principal resseguradora a Tokio Marine. Porém, essa apólice contratada era no valor de US$ 25 milhões – valor abaixo do usado para voos deste tipo. Segundo cálculos, o custo indenizatório estimado para um desastre aéreo desse tipo seria de pelo menos US$ 250 milhões (R$ 850 milhões). Contudo a seguradora se recusa a fazer o pagamento por considerar que havia problemas no voo. As famílias, por sua vez, apontam outras irregularidades na contratação do seguro, liberação do voo, e buscam na justiça reparação.