Seguro de vida, de acidentes ou renda? Saiba quais são os mais importantes para o restaurante

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A pandemia do coronavírus, que afetou em cheio todo o setor de alimentação fora do lar, mostrou também a importância de se pensar em instrumentos que deem algum tipo de segurança tanto para os colaboradores como para os proprietários de restaurantes e lanchonetes.

A perda de emprego e a falência dos negócios, que ficou na faixa de três a quatro em cada dez estabelecimentos, deixou muita gente na rua e sem recursos para começar uma recuperação.

O mercado de seguros oferece soluções que protegem tanto o capital dos empreendedores como a renda dos funcionários, e que precisam ser pensados cada vez mais até como uma forma de atrair novos colaboradores ou reter os que estão na equipe.

Lançamento mais recente das seguradoras, o chamado “planejamento sucessório” indeniza os sócios caso um deles venha a falecer ou ficar incapacitado de seguir no negócio. Há, ainda, outros que garantem aos colaboradores uma continuidade da renda pela perda de emprego.

Segundo Ricardo José Iglesias Teixeira, diretor-estatutário da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), os seguros tanto para os colaboradores como para os empresários dos restaurantes podem custar menos de R$ 5 ao mês por cada beneficiário, e devem ser colocados nas planilhas de custos.

“Antes da pandemia, o pensamento dos empresários era basicamente de que ele precisa ter o seguro do restaurante, da van que vai e vem, da responsabilidade civil do que possa causar a terceiros, e lá no final da escala vinha o seguro de vida dos funcionários”, afirma.

Em entrevista ao Bom Gourmet Negócios, Teixeira explica quais são alguns dos seguros mais importantes para se ter hoje em dia e como este mercado evoluiu nos últimos anos para se moldar às necessidades e finanças dos empresários. Leia os principais trechos da conversa:

Bom Gourmet Negócios: O setor de alimentação fora do lar foi o que mais sofreu com a pandemia do coronavírus, principalmente os pequenos operadores. E isso fragilizou tanto os caixas dos empresários que alguns deixaram de lado cuidados que podem ser um chamariz na hora da contratação de um funcionário, como seguro de vida, de acidentes pessoais e de perda de renda. O quanto isso impacta nas finanças de um restaurante?

Ricardo José Iglesias Teixeira: Do ponto de vista da equipe do restaurante, é muito importante mantermos todos eles protegidos, e o seguro de vida, por exemplo, é o pilar básico disso. Hoje, uma apólice coletiva pode ser contratada denominando quem são os funcionários ou nem mesmo isso.

Um restaurante pequeno com quatro funcionários pode ter um seguro de vida que a gente chama de “global”, que vai dar uma garantia para as famílias deles e uma segurança para eles próprios trabalharem no estabelecimento.

O empresário determina qual será o capital dado a eles caso algo ocorra e contrata a apólice, que é muito em conta. Já para os restaurantes um pouco maiores, de porte médio para grande, pode fazer o chamado “vida empresarial”, que é para grupos de pessoas, como o garçom, o gerente, o mâitre e até o dono do negócio.

Nesta modalidade, os funcionários são denominados e os capitais determinados na apólice.

Os seguros de vida de hoje em dia são bem diferentes daqueles vendidos antigamente, e protegem o segurado até mesmo caso ele tenha uma perda de renda, que é o que vimos acontecer durante a pandemia. Então se o colaborador tiver uma perda de renda por conta de um acidente de trabalho ou, eventualmente, pela perda do emprego, é possível contratar algumas dessas garantias.

Há coberturas que custam apenas alguns centavos ou alguns poucos Reais, o que torna a contratação de seguros para os funcionários algo em conta e importante para reter essa mão-de-obra.

O sr. comentou sobre seguros que são contratados para equipes fixas. No entanto, os restaurantes utilizam muito o que se chama de “taxas”, colaboradores contratados apenas por um dia ou uma jornada, sem qualquer vínculo empregatício. Como trazer esta segurança dos seguros para eles?

O mercado já admite algumas formas de contratação assim, claro que não se aplicam às apólices mais simplificadas que se referenciam aos colaboradores contratados e contribuintes da Previdência.

Mas, por outro lado, nos seguros empresariais, até mesmo aqueles com quatro ou cinco vidas, já temos o conceito de uma quantidade proporcional de prestadores de serviços.

Hoje existe um processo que chamamos de “produtos por adesão”, que podem ser feitos através dos sindicatos patronais ou de associações de classe, e também os “produtos individuais”, em que o funcionário ou mesmo o empregador contrata pela internet com poucas informações do beneficiário.

O mercado está cada vez mais simplificado, e o empresário precisa parar de pensar que os sindicatos dos empregados é que precisam obrigar a fornecer este serviço.

Não é mais assim, ele mesmo precisa pensar em dar este benefício aos seus funcionários, sejam eles contratados formalmente ou como prestadores de serviço sem vínculo.

Quanto efetivamente custa para contratar seguros como estes, visto que as contas dos restaurantes ainda estão muito frágeis por causa da pandemia do coronavírus?

Antes da pandemia, o pensamento dos empresários era basicamente de que ele precisa ter o seguro do restaurante, da van que vai e vem, da responsabilidade civil do que possa causar a terceiros, e lá no final da escala vinha o seguro de vida dos funcionários.

O seguro de vida é o mais barato de todos eles, e que vai proporcionar àquela família atingida uma oportunidade de recomeçar e se adaptar à nova realidade sem a pessoa. Ele cobre desde o funeral até uma indenização aos familiares, em torno de 24 salários mínimos já é possível cobrir tudo isso.

O custo de uma apólice para cada funcionário vai girar de R$ 1 a R$ 5 por mês dependendo do seguro contratado. É algo acessível para restaurantes de qualquer porte.

Estamos falando de seguro de vida para os funcionários, e como ficam os próprios empresários quando um dos sócios falece e deixa as cotas da sociedade do restaurante para um herdeiro ou a família? Muitas vezes os familiares têm outras ocupações e não querem seguir em frente.

Aqui temos algo importado dos Estados Unidos e que está começando a ganhar corpo: o planejamento sucessório. Digamos que você tem um restaurante com mais dois sócios, por exemplo, e um deles venha a falecer ou fique incapacitado de continuar atuando no estabelecimento.

Você vai ser sócio dos filhos dele ou da viúva, que não tem anda a ver com o negócio? Temos visto muito este tipo de situação, em que os sócios contratam esse seguro e são indenizados se algo acontecer.

Esse é um produto que vem se mostrando importante para os pequenos e médios negócios, que são os mais afetados se algum sócio se ausenta de uma hora para a outra.

É diferente de uma grande companhia com dezenas de acionistas. A contratação dele vai depender de qual é o valor do negócio, e a apólice terá a cobertura deste montante para indenizar os sócios que deixarão de fazer parte dele.

Fonte: Gazeta do Povo