Calor traz riscos de apagão ao Rio Grande do Sul

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Quem já está irritado com as repetidas interrupções no fornecimento de energia elétrica poderá ficar ainda mais tempo no escuro este mês. Nos últimos cinco anos, os picos de consumo ocorreram justamente em fevereiro, o que sobrecarrega o sistema e aumenta o risco de cortes. Por enquanto, o calorão já rendeu um recorde em 23 de janeiro de 2014: 6.765 MW (megawatts), com pouca folga diante da capacidade de abastecimento de 7.100 MW. Como a previsão é de que temperaturas muito altas persistam até meados de março, o presidente do Fórum do Consumidor de Energia, Paulo Menzel, afirma que o risco de racionamento não pode ser descartado. Responsável pelo setor de logística da Agenda 2020 (movimento que tenta planejar o futuro dos gaúchos), ele lembra que fevereiro marca o início da retomada da atividade industrial e o encerramento das férias. Logo, aumenta o consumo. Menzel observa que a expansão econômica multiplicou a compra de eletrodomésticos, como split e ar-condicionado. Ao mesmo tempo, as fontes hídricas — maiores geradoras de eletricidade — enfrentam problemas. Na última década, rios, lagoas e lagos não recuperaram o nível de água de um ano para o outro. São sugados para abastecer cidades e irrigar lavouras. “A energia não pode ser armazenada. O sistema elétrico tem de produzir para consumo instantâneo”, lembra Menzel, também diretor da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Estado (Federasul). Estatísticas comprovam que os extremos de consumo no Estado ocorrem em fevereiro, entre 14h e 15h30min, quando os termômetros superam os 30°C. Se a carga se aproxima do limite de abastecimento, as linhas de transmissão e até as máquinas geradoras são desligadas automaticamente, para evitar danos mais severos, causando a interrupção no fornecimento de luz às residências. (Zero Hora)