Ministro da Justiça defende legislação para seguros

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José Eduardo Cardozo, que apresentou o projeto na época em que era deputado, declarou que suas preocupações passam por aumentar a previsibilidade e a segurança jurídica no setor e “balizar direitos dos consumidores”. Ele participou de audiência pública sobre o projeto, realizada na comissão especial que trata do assunto. Segundo o ministro, por mais que o sistema brasileiro seja eficiente, conforme creem representantes das seguradoras, contrárias à proposta, não “é razoável” que um setor “que mobiliza tantos recursos” seja regulado sem a participação do Legislativo, apenas com normativos infralegais editados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e, em menor escala, pelo Código Civil. “Quando há interesses econômicos tão relevantes, o balizamento legal garante direitos, limites, regras, inclusive para a Administração Pública, que terá garantias para agir, e para a sociedade, que ganhará segurança em contratos dessa natureza”, disse.

Posição contrária

A posição de Cardozo encontrou posição contrária no debate, a do secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda, Diogo Henrique de Oliveira. Para ele, o sistema de seguros brasileiro é exemplo mundial de qualidade e não precisaria de uma ampla legislação. Na avaliação do secretário, os contratos considerados de menor valor, como os de automóveis e pessoais, já são padronizados e possuem uma regulação satisfatória. Os de “média complexidade”, acrescentou, não teriam uma padronização total e dependeriam de alguma flexibilidade para atender eventuais diferenciações. O maior problema, acredita Oliveira, são os grandes contratos, firmados em obras de infraestrutura como usinas elétricas, plataformas de petróleo e rodovias. “Não há, de maneira prática, uma regra geral que possa ser aplicada em empreendimentos com naturezas tão distintas. Nosso receio é enquadrar tudo em uma regra que acabe aumentando os custos por conta da dificuldade de prever todas as situações relacionadas aos projetos”, alertou. O relator do projeto na comissão, deputado Armando Vergílio (PSD-GO), declarou que concorda com parte da opinião de ambos os representantes do governo e que buscará encontrar um texto consensual. (Correio do Brasil)