Em palestra realizada ontem (18) em Porto Alegre, o presidente e CEO da Chubb Seguros, Acacio Queiroz, apresentou um panorama das tendências e oportunidades no Brasil, durante o Almoço do Mercado Segurador. Fez um relato inicial sobre a economia mundial, destacando que o Brasil vem acompanhando as tendências dos demais países. Disse que o país está entre as oito potências que deverão acrescentar 27 trilhões de dólares ao PIB mundial até 2020. Essa projeção se deve, sobretudo, a ascensão da classe C e D, que em 2014 deverá atingir a marca de 115 mil pessoas no Brasil. Apesar do forte consumo e demanda, o país se mantém fraco em investimentos, o que atrasa o desenvolvimento. Citou como fatores que diminuem a competitividade o baixo desempenho em educação, ocupando o 57º lugar em matemática, 53º em ciências e também em leitura. Destacou a falta de investimentos em telecomunicações, o peso dos impostos, a precariedade na saúde, morosidade administrativa, como o tempo que se leva para abrir uma empresa, entre outros exemplos.
Apesar do cenário, disse que o país está em crescimento, mas apontou os números do setor de seguros com reserva. “O mercado de seguros no ano passado cresceu 12%, enquanto a previdência cresceu 38% e a capitalização 19%”, lembrou. Para ele, o crescimento dos seguros é significativo, mas existe muito espaço para trabalhar. Ele também defendeu a abertura para investidores externos, já que segundo uma pesquisa da Ernest & Young o país está na segunda colocação na lista de melhores países para receber investimentos internacionais, atrás apenas da China. O motivo é a alta demanda.
Para o setor de seguros, Acácio Queiroz disse que as companhias estão empenhadas em reduzir custos administrativos, frente à política econômica de diminuição das taxas de juros. Criticou a falta de reconhecimento ao setor, uma vez que é o responsável pela formação de reservas técnicas, na ordem de R$ 380 bilhões, até junho desse ano. “Somos os maiores poupadores nacionais e não somos reconhecidos”, reclamou. O Brasil já é um mercado maduro, concluiu, onde o principal desafio é o aquecimento global e as megatendências estão na tecnologia, valores sociais e éticos, demografia (crescimento de pessoas com mais idade no mercado de trabalho) e o meio ambiente.
Rose Scherer – Jornalista (6175)
Assessoria do Sindseg-RS