Negócio dos seguros de saúde movimentou mais de €600 milhões só em 2019

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), José Galamba de Oliveira, esclarece à SÁBADO o crescimento do setor.

O mercado dos seguros de saúde dispara em números: são mais de 673 milhões de euros pagos por empresas e indivíduos às seguradoras, a nível nacional, desde o início do ano até setembro.

Tal valor representa um aumento de 9% face ao período homólogo do ano anterior, indica à SÁBADO o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), representativa do setor, José Galamba de Oliveira.

No léxico do meio, o número traduz-se em “volume de prémios” – o preço pago pelo tomador pela contratação do seguro. Em termos evolutivos, o responsável indica que, no ramo da saúde, em 2009 registaram um valor de 499,7 milhões de euros.

Em 2013, subiu para 570,6 milhões de euros. Assiste-se assim à “implantação crescente” deste tipo de apólices na população portuguesa, constata: “O número de pessoas seguras atingia quase os 2,5 milhões em 2018 e será ultrapassado em 2019.”

Para o senso comum, a subida pode refletir a crescente apreensão e o afastamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), até por parte dos mais pobres e de utentes sem médico de família, conforme noticiou o Jornal de Notícias (JN), a 27 de novembro. A notícia teve por base um estudo da Marktest, que referiu haver 2 milhões e 758 mil pessoas com seguros de saúde.

Quem subscreve mais? 

“A APS desconhece o estudo que está na origem da notícia. Os resultados apresentados surpreendem, nomeadamente os que indicam que ‘as classes média e baixa detêm 72% das apólices'”, comenta José Galamba de Oliveira.

E contrapõe: “Os indicadores que a APS dispõe dizem que 60% dos contratos de seguro de saúde são contratos de seguro de grupo, ou seja, subscritos e pagos pelas empresas em benefício dos seus colaboradores.”

O mesmo responsável clarifica que os seguros de saúde não são “planos de saúde” e nem sempre o cidadão consegue distinguir uns dos outros. Os planos proliferam e são promovidos por entidades diversas: “Oferecem apenas descontos sobre valores de tabela dos prestadores de cuidados de saúde privados, mas não garantem qualquer cobertura do risco como sucede nos seguros de saúde.”

Quanto às despesas das seguradoras relativas a sinistros, a APS indica que em 2018 atingiram os 570 milhões de euros; e 500 milhões desde o início do ano até setembro de 2019.

Fonte: Revista Sábado