Presidente da Travelers Brasil defende especialização das seguradoras por nichos

Na última quinta-feira (17), o SINDSEGRS realizou seu tradicional Almoço do Mercado Segurador. Nesta edição, mais de 80 membros do mercado e convidados se reuniram no Clube do Comércio de Porto Alegre para ouvir o presidente da Travelers Brasil Seguros, Leonardo Semenovich, falar sobre Inovação, Cultura e Performance. Marcado pela confraternização, o evento contou com as presenças do Comandante e Subcomante Geral da Brigada Militar, Cel. Mario Ikeda e Cel. Eduardo Biacchi Rodrigues, respectivamente, dentre outros. “Sempre ficamos felizes em ver nossos encontros cheios assim, pois consagra o espírito dos players do nosso mercado de seguros aqui no Estado”, destacou o Presidente do Sindicato, Guacir Bueno.

Semenovich iniciou sua palestra trazendo o caso da montadora de carros Ford para exemplificar como os três assuntos do tema se relacionam em um negócio. “Não podemos perder de vista a inovação, pois se não acompanhamos o que acontece no mundo, vem outro negócio e toma o nosso lugar. Inovação não é opção, mas como inovar em um mercado tão tradicional como o segurador?”, questionou. Nos últimos 10 anos, surgiram muitas resseguradoras e outras seguradoras multinacionais passaram a atuar no país, o que aumentou a concorrência. “Isto somado a recessão econômica dos últimos anos resultou em mais competição entre as empresas.

Então temos um cenário de taxas muito baixas, por vezes resultando em perda de dinheiro para as seguradoras”, explicou o presidente da Travelers. Ele defendeu também que neste quadro, muitas empresas acabaram perdendo um pouco da sua cultura e, consequentemente, de resultados. “As pessoas não sabem exatamente em que ramo cada seguradora atua. Em um ano ela procura uma Seguradora para fazer um contrato de um determinado risco, e no ano seguinte quando chega a hora de renovar o contrato, descobre que a empresa já não trabalha mais com aquele tipo de produto. Isto é ruim para o mercado como um todo. Cada um tem que fazer o que faz bem e se especializar em ramos específicos”, afirmou.

Este cenário resulta em uma alta competitividade em ramos de risco bons e quando são riscos um pouco mais complexos ninguém quer atender, deixando o cliente sem solução para seu problema. “Em mercados mais maduros como nos Estados Unidos não vemos este tipo de coisa acontecendo”, destacou.

Semenovich ressaltou ainda que a maior parte das mudanças que ocorreram nos últimos anos no mercado vieram das insurtechs e não propriamente das seguradoras. “Temos que estar abertos a novas ideias e tentar conectar estes dois lados para que o mercado de maneira geral saia fortalecido e não pare no tempo”, concluiu.