Perspectivas do mercado segurador brasileiro

O mercado brasileiro de seguros, previdência complementar aberta e capitalização tem crescido a taxas elevadas e a expansão continuará no futuro. Nos mercados de países desenvolvidos, a arrecadação anual de prêmios se situa próxima aos 10% dos PIBs. O Brasil, com os atuais 3,5%, tem, portanto, longo espaço de crescimento. Os seguros de vida e de previdência complementar aberta constituem importante elo na cadeia dos mecanismos de proteção contra riscos da aposentadoria e da velhice.

No Brasil, há algumas décadas, esse risco era inexpressivo, tendo em vista a grande participação dos jovens no conjunto da população, com contribuições que financiavam as aposentadorias e pensões dos idosos. Atualmente, tal não mais ocorre.

De fato, a população brasileira de mais de 65 anos, que se mantivera em torno dos 3% do total até 1970, pode alcançar os 13% em 2020, e níveis de União Européia em 2050. Isto posto, a pressão sobre os esquemas estatais de seguridade baseados no regime de repartição é inevitável e crescente. Muito já foi feito na reforma da previdência, mas ainda há muito o que fazer.

Os seguros de vida e a previdência privada aberta são fundamentais na preparação que as pessoas fazem de seus futuros e como complemento à previdência oficial. Considerações similares são aplicáveis ao ramo de seguros de saúde: populações mais idosas demandam mais serviços de saúde, mas encontram no Sistema Único de Saúde (SUS) grande escassez de recursos. Aqui a cooperação e repartição de tarefas entre governo e setor privado são ainda mais importantes.

No ramo de seguros de danos, o mercado se beneficiará do funcionamento do resseguro livre. Entre os benefícios da abertura do resseguro estão a ampliação e diversificação da oferta de produtos, aumento da competição entre empresas e melhor apreçamento, em última instância, beneficiando o consumidor final, e acesso a serviços colaterais, maior celeridade na contratação e processamento de resseguros, favorecendo as seguradoras locais.

Adicionalmente, mirando o futuro, a indústria de seguros terá importante papel na administração dos riscos vinculados ao processo de mudanças climáticas em escala global. E não bastará apenas tomar medidas para reduzir emissões de poluentes, cujo impacto só se fará sentir a longo prazo. Será necessário lidar com os riscos que se apresentam no curto e no médio prazo. A escala desses riscos ainda é pequena no caso do Brasil, mas não resta dúvida de que todos os países serão afetados em algum grau. O mercado de seguros é o único capaz de lidar adequadamente com tais riscos.

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