Vítimas da enxurrada, em Florianópolis, podem acionar seguros para reduzir os danos

Compartilhar nas redes sociais

José Aílton, que perdeu móveis no apartamento térreo que sofreu avarias, vai buscar seus direitos – Marco Santiago/ND.

Seguros habitacional e de veículos protegem patrimônios contra os danos provocados por chuva, enchentes e desmoronamento, desde que provocados por causas externas

Proprietários de veículos segurados ou de imóveis financiados podem pedir indenizações pelos danos sofridos com a enxurrada que provocou alagamentos e deslizamentos em Florianópolis, na semana passada. Uma das vítimas é o armador José Ailton Alves da Silva, 34, que há nove anos paga o financiamento de um apartamento térreo no Conjunto Habitacional Parque das Figueiras, bairro Monte Verde.

Na madrugada de quinta-feira (11), Silva recebeu um telefonema da mulher comunicando que a água estava invadindo o imóvel. “Estava em uma viagem ao Nordeste e foi desesperador não ter como ajudar a minha família. Perdemos vários móveis, sendo que alguns ainda nem terminamos de pagar. Além disso, a estrutura do apartamento sofreu avarias. Vou reunir os documentos necessários e buscar os meus direitos”, afirmou.

Conforme informações da Caixa Econômica Federal, o seguro habitacional protege a casa própria contra os danos provocados por chuva, incêndios, enchentes, destelhamento e desmoronamento total ou parcial de paredes ou elementos estruturais, desde que provocados por causas externas. Para comunicar o sinistro em caso de alagamento, destelhamento ou desabamento provocado por chuva, o segurado deve procurar a agência bancária responsável pelo contrato de financiamento imobiliário.

Após a comunicação do sinistro, a seguradora encaminha uma equipe de engenheiros até o imóvel para produzir um laudo técnico. Para agilizar o processo, o segurado pode registrar os danos ao imóvel com fotos para anexar à documentação.

Em caso de alagamento, não ligue ou vire a chave do veículo

O gerente de oficina Kaio Cezar Godinho, 28 anos, recebeu nesta segunda-feira (15) seis veículos danificados pela enchente. Ele informou que os prejuízos dos proprietários podem variar de R$ 400 a R$ 10 mil. O mais importante é que o motorista nunca deve tentar ligar e nem virar a chave de um veículo que ficou submerso.

O caso mais grave é quando ocorre um calço hidráulico. “Em caso de alagamento, o condutor nunca deve ligar o veículo, porque pode danificar o motor e a parte elétrica. Em função disso, o correto é nem virar a chave, porque se a bateria for acionada, a parte elétrica pode ser comprometida”, informou.

O mecânico Giovanne Moreira Camargo, 25, teve trabalho dobrado. Além da manutenção das peças danificadas, ele desmontou os carros para retirar a sujeira acumulada. “Achamos duas cobras em veículos diferentes”, disse.

Para o corretor de seguros Walmar Conde Filho, 31, os veículos alagados que estavam parados em garagens ou nas ruas devem ser indenizados sem maiores problemas. O problema é se o carro estava em movimento. “A perícia tem como identificar se o carro estava em movimento e, essa situação, pode caracterizar uma imprudência do motorista, mas cada caso é um caso.

O segurado também pode recorrer judicialmente, se não concordar com o posicionamento da seguradora. Somente a nossa companhia já registrou mais de 40 automóveis danificados”, afirmou.

Fonte Revista Cobertura I Notícias do Dia Online I Por Michael Gonçalves