Estudo com taxistas experientes sugere que GPS “atrofia” parte do cérebro.

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Estudo da “Scientific American” diz que navegador prejudica memória.

Você já deve ter ouvido alguém dizer, especialmente taxistas e motoristas profissionais mais veteranos, que a massificação do GPS está fazendo as pessoas desaprenderem a se localizar no trânsito quando estão ao volante.

Que essa fé cega no navegador por satélite faz o condutor perder o costume de prestar atenção no trajeto — em alguns casos, orientados pelo GPS, alguns motoristas acabam dirigindo para zonas de risco e correndo perigo.

Recente estudo da “Scientific American”, ao menos, dá munição aos detratores do GPS. De acordo com a publicação, duas áreas do cérebro, que trabalham em conjunto e de forma colaborativa ajudando o cérebro a memorizar trajetos quando você dirige em locais desconhecidos, simplesmente “desligam” ao usar o navegador.

Essas áreas estão no hipocampo, estrutura relacionada à memória e à navegação espacial, que funciona como um guia interno que “grava” os caminhos percorridos, fazendo-o lembrar de como chegar a um destino específico.

Participantes do estudo assistiram a um vídeo, simulando a visão do motorista em um determinado trajeto, demonstrando que a atividade no hipocampo crescia toda vez que eles passavam por ruas e avenidas desconhecidas. Quando havia mais de uma rota para o endereço final ou o motorista era forçado a fazer um retorno, essa atividade crescia ainda mais.

De acordo com Hugo Spiers, um dos autores do estudo, que envolveu taxistas de Londres, no Reino Unido, foi constatado que a parte frontal do hipocampo desses motoristas era maior que a de condutores não profissionais, especialmente nos mais experientes.

O cientista também comprovou que essa parte do cérebro só é ativada quando você está usando a memória para dirigir por contra própria, sem orientação do GPS.

Fonte: UOL – São Paulo (SP).