Seguradora Chubb vai deixar de vender apólices a centrais de carvão

Esta é a primeira grande empresa americana a implementar a proibição de venda de apólices a centrais à base de carvão, justificando a ação com o impacto das alterações climáticas.

A empresa norte-americana Chubb vai ser uma das primeiras seguradores a deixar de prestar serviços à centrais e minas de carvão, noticia o Financial Times. O anúncio deverá ser oficializado ainda esta segunda-feira.

Segundo o jornal britânico, a seguradora vai deixar de vender pacotes de seguros a centrais termoeléctricas a carvão e vai vender novas apólices apenas a empresas que obtenham mais de 30% de receitas da mineração de carvão térmico.

“A Chubb reconhece a realidade das alterações climáticas e o impacto substancial da atividade humana no nosso planeta”, disse Evan Greenberg, diretor executivo da Chubb.

A empresa, que tem sede oficial na Suíça, mas concentra a maioria dos negócios nos EUA, também deixará de fazer novos investimentos em empresas com grande exposição à mineração de carvão térmico ou à produção de energia baseada em carvão.

Joseph Wayland, conselheiro geral da Chubb, disse que a decisão foi motivada por maiores interesses comerciais e preocupações ambientais. Nos últimos dois anos, as seguradoras receberam inúmeras reivindicações por catástrofes naturais.

De acordo com a Swiss Re, a empresa de seguros enfrentou perdas de 76 mil milhões de dólares (66 mil milhões de dólares), originadas por catástrofes naturais em 2018, a quarta maior quantia já registada.

Esta decisão da Chubb pode vir a aumentar a pressão de outras grandes seguradoras dos EUA, como a AIG e a Travelers. A única que poderá ficar imune a esta pressão é a Berkshire Hathaway, segundo o FT.

Na Europa, companhias de seguros na Europa, incluindo a Axa, Allianz, Scor, Zurich, Swiss Re e Munich Re, anunciaram nos últimos dois anos uma série de medidas para deixar de investir no carvão ou parar de vender seguros para empresas envolvidas na sua produção e uso.

Fonte: Jornal Económico