A reviravolta de Trump no sistema de saúde americano

Fim do Obamacare pode elevar em 19% o preço dos planos de saúde.

Aprovação do projeto de reforma na saúde proposto por Donald Trump pode deixar 23 milhões de americanos sem seguro de saúde até 2026.

Independentemente do sucesso ou não do projeto de reforma da saúde do atual governo, os republicanos apostam no fracasso do Obamacare.

Durante anos, os críticos da lei federal, sancionada pelo ex-presidente Barack Obama em março de 2010, afirmaram que o mercado de seguradoras de planos de saúde entraria em uma “espiral da morte”, com o aumento crescente dos preços. “Obamacare está morto”, disse o presidente Donald Trump à revista Economist em 4 de maio.

É possível que esteja certo. Dezoito milhões de americanos recorrem a planos de saúde privados e é este o segmento do mercado que mostra instabilidade. Na visão de Trump, seu colapso forçaria os democratas a aderir ao seu projeto de reforma da saúde.

A previsão era de um cenário mais tranquilo em 2018. O Congressional Budget Office (CBO) disse em março que o mercado estava estável. Segundo a agência de classificação de risco de crédito Standard & Poor’s, as seguradoras atingiriam um ponto de equilíbrio sem perdas ou ganhos este ano.

Mas uma mudança nesse cenário poderá ocorrer caso o governo decida não financiar o custo do compartilhamento de subsídios, que ajuda as seguradoras a reduzir os preços dos planos de saúde para pessoas de baixa renda.

De acordo com o instituto de pesquisa Kaiser Family Foundation, sem o pagamento dos subsídios do governo as companhias de seguro teriam de aumentar em 19% os preços dos seguros, prejudicando milhões de americanos inscritos no sistema de saúde Obamacare.

Com o corte do financiamento do Medicaid, o programa assistencial de saúde para a população de baixa renda, e a aprovação do projeto de reforma da saúde proposto pelo governo Trump, 23 milhões de americanos ficariam sem seguro de saúde até 2026, um sério retrocesso ao objetivo do Obamacare de ampliar o acesso dos cidadãos dos EUA à cobertura de saúde.

Fonte: Opinião e Notícia