Negócio de seguros com um crescimento ligeiro

O negócio de seguros cresceu quatro por cento no ano passado, altura em que o número de prémios teve uma subida significativa em relação ao período anterior, com a entrada de cinco seguradoras no mercado.

Para este incremento, o ramo da saúde contribuiu com 34 por cento, o que compensou o decréscimo de 20 por cento no ramo automóvel. O rasto de sinistralidade das seguradoras passou de 36 por cento, em 2015, para 42 por cento, em 2016.

Os dados foram revelados pelo presidente da comissão executiva da Nossa Seguros, Carlos Duarte, quando apresentava os resultados das estatísticas da associação das seguradoras.

Carlos Duarte disse que, com o início da fiscalização do seguro obrigatório aos veículos, a Nossa Seguros emitiu cerca de 41 mil apólices, tendo faturado 850 milhões de kwanzas.

Para atender à procura verificada nos últimos meses, a seguradora colocou pontos estratégicos em 45 postos de atendimentos. “Com isso, conseguimos cobrir a cidade de Luanda e as 18 províncias do país”, explicou.

Em termos do “Ramo Vida”, os prémios emitidos ainda têm um peso muito baixo de dois por cento.
A companhia conta com mais de 40 mil clientes, nas 24 redes de agências instaladas pelas províncias, o que proporcionou um registo de 143 por cento dos resultados, em relação aos 16 por cento do ano anterior.

O presidente da comissão executiva da Bonws Seguros, Luís Pedro, apelou para a implementação de novos sistemas de riscos não existentes em Angola às empresas públicas e privadas.

Trata-se de riscos como o rapto ou sequestro de quadros superiores e expatriados, assim como outros modelos de seguro de saúde que podem servir para as camadas mais necessitadas da sociedade que ainda não estão abrangidas. Luís Pedro lançou o desafio no 1.º Fórum Segurador das atividades petrolíferas, realizado na segunda-feira no Centro de Convenções de Talatona, que visou a troca de experiências entre profissionais de seguradoras nacionais e internacionais.

O gestor disse que no sistema da gestão de crise existem vários pacotes de riscos que as empresas não querem apostar e assumir, mas a Bowns Seguradora, em parceria com a londrina RKH Hyperion Insurance Goup, estão capacitadas em solucionar.

“Mitigando o risco das empresas, consegue-se por parte das indústrias seguradoras uma colaboração mais próxima e efetiva na gestão da seguradora Bowns, por isso é que queremos apresentar alternativas, ideias e nova abertura à sociedade civil de novos conhecimentos sobre a importância dos seguros”, frisou Luís Pedro.

Para o gestor da Bonws Seguros, o seguro de acidentes de trabalho e doenças profissionais deve ser obrigatório para que os eventuais sinistrados não fiquem desprevenidos.

O presidente do colégio de especialidade de medicina do trabalho na Ordem dos Médicos de Angola, Rui Capo, disse que existem muitas empresas no mercado angolano, investidoras em grandes infraestruturas de qualidade com tecnologia avançada, que não cumprem com os seguros dos funcionários.

O corretor Nuno Matos da seguradora PWC considera o sector financeiro e segurador o alicerce da economia real, embora as empresas seguradoras atuem numa área de incertezas e imprevistos. “A partir do momento em que existem seguros, os investidores conseguem diminuir os riscos aleatórios adversos que podem empatar os negócios”, referiu.

O fórum teve também como foco o sector dos recursos humanos na prevenção de riscos laborais, nas áreas de saúde e gestão de crise, sendo a prática dentro da indústria petrolífera a inovação na gestão de riscos profissionais.

A Bowns Seguros é uma consultora de seguros e gestão de riscos totalmente angolana, sedeada em Luanda desde 2014 e com um escritório em Cabinda, onde trabalham cerca de 40 funcionários.

Fonte: Jornal de Angola