Descentralização é tendência para seguros

 

O mercado de seguros, tradicionalmente concentrado no eixo Sul-Sudeste, passa por um processo de descentralização e, há sete anos, apresenta resultados superiores nas regiões economicamente menos favorecidas.

 

Balanço apresentado ontem pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg) aponta que, desde 2008, o crescimento do setor nos estados de Sergipe, Tocantins, Acre, Amapá e Roraima, com exceção de 2012, foi maior que em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

Neste ano, os seguros tiveram crescimento de 14,3% nas cinco menores unidades da federação, taxa 76,5% maior que dos cinco maiores estados, cuja expansão foi de 8,1%. A alta do mercado nas menores regiões também foi maior do que do mercado – que engloba todo o território nacional e apresentou índice de crescimento de 8,9%.

 

Para o presidente da CNseg e da Bradesco Seguros, Marco Antonio Rossi, o investimento nessas regiões é parte da estratégia de crescimento das seguradoras. De acordo com ele, a inserção começa com apólices mais básicas e depois migra para produtos mais complexos. “São seguros que exigem uma precificação mais detalhadas e são mais caros”, observou Rossi. Os dados da confederação segmentados por região reiteram a tendência de melhores resultados fora do eixo Sul-Sudeste.

 

Segundo relatório apresentado ontem, na Região Centro-Oeste o faturamento das seguradoras – excluindo o segmento de saúde suplementar – passou de R$ 9,86 bilhões para 11,3%, um crescimento de 14,9%, e na Região Nordeste a alta foi de 9,4% – a arrecadação saltou de 14,4% para 15,7%.

Na Região Sudeste, a expansão foi de 8,54% e na Região Sul, de 8%. “A escala e a baixa penetração favorecem o consumo de seguros no Brasil”, disse o presidente da CNseg.

 

Projeções para 2015

A CNseg projetou uma aceleração no ritmo de crescimento em 2015, com uma expansão de 12,4% em relação a 2014. A alta deve ser alavancada pelos setores de saúde suplementar (com previsão de crescimento de 17,5% no próximo ano) e planos de previdência (10,5%).

 

A projeção de crescimento deste ano é de 11,2% em relação a 2013, também puxada pelos planos de saúde (15,2%) e previdência (11%).

 

De acordo com o relatório, até junho o mercado segurador brasileiro arrecadou R$ 154,9 bilhões em prêmios, uma alta de 7,9% em relação a 2013.

 

Outra tendência apontada para 2015 é o plano VGBL Saúde, que irá beneficiar empresas que usam o Simples Nacional e o Supersimples.

Fonte: DCI