Governo desiste de mudanças na Previdência Social

Um dos principais responsáveis pelo rombo nas contas públicas anunciado na quinta-feira (30) a Previdência Social ficará como está no restante do governo de Dilma Rousseff. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, afirmou que o governo desistiu de enviar ao Congresso medidas como mudanças nas regras de pagamento de pensão e uma alternativa ao fim do fator previdenciário, que poderiam melhorar o resultado das contas previdenciárias. “Não há condições políticas necessárias para se efetivar uma reforma dessa complexidade num ano eleitoral”, disse. A mudança no regime de pensionistas, na avaliação do ministro, pode ter mais apoio da sociedade, mas deverá enfrentar resistência no Congresso. “As pessoas não têm ideia de que financeiramente as pensões representam muito. A viúva se casa novamente, usufrui; se os filhos se tornam autônomos, tem sua independência, ela usufrui. Eu sei que teria o apoio da opinião pública, mas num ano eleitoral não seria assimilado.” Dados do ministério indicam que em 2012 foram gastos 77,6 bilhões de reais com pensões. “Era necessário uma mudança imediatamente”. Sobre outra discussão, o fim do fator previdenciário (cálculo para a aposentadoria que leva em conta idade, tempo de contribuição e expectativa de sobrevida do segurado), nem mesmo o governo tem uma posição clara. “Não é possível acabar com o fator previdenciário pura e simplesmente. Tem de haver um acordo e acho complicado para 2014”, afirmou o ministro. Na campanha de 2010, a presidente Dilma Rousseff afirmou, em entrevista à rádio CBN, que era contrária a uma ampla reforma previdenciária. Dilma defendeu, contudo, ajustes que permitam capitalizar o sistema para assegurar as aposentadorias. Garibaldi alega que não faltou coragem para fazer esses ajustes, “o que houve foi falta de oportunidade”. (Veja)