Por Guilherme Bini, presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul (Sindsegrs)
O Rio Grande do Sul ainda se recupera dos efeitos devastadores das enchentes que acometeram o Estado. Além das inestimáveis vidas perdidas, também bens e negócios foram altamente afetados, causando um prejuízo de proporções ainda incalculáveis.
Neste período, no entanto, um fator chamou atenção: o seguro passou a ser recorrentemente lembrado, talvez como em nenhum outro momento até então.
Nem mesmo os ciclones de 2023 foram capazes o suficiente para alertar a sociedade para este segmento da economia e seu potencial de restauração de patrimônio e mitigação de danos diante de situações como esta.
“Neste contexto, e infelizmente da pior forma, a crise talvez tenha servido de alerta para que as pessoas passem a olhar o seguro com outros olhos”
A evidência que o seguro obteve durante a catástrofe climática no Estado gaúcho se justifica. Conforme dados da Confederação Nacional das Seguradoras, retornou-se à população, através do pagamento de indenizações, até julho, o total de R$ 5,6 bilhões em mais de 57 mil avisos de sinistros recebidos desde o início de maio, quando iniciaram as chuvas.
Somente para automóveis, ramo do seguro que lidera o número de pedidos, foram 18.086 e um valor de mais de R$ 1,22 bilhão em solicitações de indenização. O segmento de seguros, assim, cumpriu um papel social preponderante, devolvendo à sociedade uma parcela considerável de recursos que, dessa forma, não precisaram ser desembolsados pelo setor público.
É triste e lamentável tudo o que ocorreu no RS. Isso nos leva a repensar sobre possíveis soluções que não apenas amenizem estes fenômenos naturais quando ocorram como, igualmente, forneçam o devido preparo estrutural e humanitário à sociedade. Neste contexto, e infelizmente da pior forma, a crise talvez tenha servido de alerta para que as pessoas passem a olhar o seguro com outros olhos. Se o setor já se mostra tão importante neste atual cenário, seu potencial de ajuda a mais pessoas e famílias ainda tem muito a crescer.
Fonte: GZH