Esta tragédia que arrastou o Rio Grande do Sul, afogou vidas, destruiu patrimônios e deixou um pesado e sombrio ar apocalíptico, não termina aqui.
Não termina aqui porque há que se RECONSTRUIR enquanto se mira uma maneira efetivamente protetiva de resguardo do Estado, a começar pela evitação de erros, culposos ou não, que facilitaram o furioso agir da natureza, sob pena deste açoite retornar, talvez em condições ainda mais violentas, e pôr, de novo, esforços financeiros e físicos, literalmente por água abaixo.
Houve muitos avisos, ignorados, não só num passado recente, mas também como preliminares da catástrofe, e nem assim providências foram tomadas.
Residindo em Porto Alegre, capital do Estado, e tendo acompanhado daqui o drama da cidade, claro que meu campo de visão ficou mais próximo daquilo que me está mais próximo.
Os avisos se repetiram nos últimos dez anos em diversos episódios.
Diria, pela lembrança, que no mínimo por três vezes, em espaços mais distantes, tivemos situações de extrema gravidade, com alagamentos infindáveis, por toda a capital, destruição de residências e prédios comerciais, incontáveis abandonos de imóveis por famílias e comércio, até culminar com o cinematográfico desastre.
Os bairros da cidade, e região metropolitana, atingidos em todas as ocorrências são mais do que velhos conhecidos do Poder Público.
Em alguns uma chuvinha de verão causa estragos gigantes. Um revés gigante causa o que vimos.
Foram inúmeras anotações em vídeos e fotos com o surreal registro de peixes, sim peixes, jogados por sobre calçadas, vias de rolamento e não em raras oportunidades pátios de casas postadas em frente ao belo lago Guaíba, ou Rio, pois ora se chama de um ora de outro (o conceito geográfico seria o de lago).
Em menos de 1 ano, desta feita, no mínimo duas vezes antes da desdita, houve manifestações claras de prenúncio do pior.
Fernando Fan, Hidrólogo Professor da UFRGS, foi enfático: houve falta de manutenção; o sistema foi construído para estar preparado para uma proteção de até 6m; em 5.30 o escudo acabou.
Indagado de forma direta apontou: a culpa foi da falta de manutenção e vedação, as casas de bombas não resistiram por isto. Foi mais longe, choveu muito menos do que na histórica enchente de 1941 que chegou a 6 m. Desta vez chegou em 5.30 e o efeito foi mais devastador – chovendo muito menos.
Neste percurso trágico, passamos pela tristeza – de ver funcionários, amigos e familiares em situações preocupantes – pela aflição ansiedade e angústia de sobre alguns sequer saber como estavam – perplexidade diante da impotência em definir e resolver muitas questões, até chegar um certo alívio próximo do findar restando o trauma da sofrência, a gratidão pela solidariedade nos salvamentos, resgates e a esperança da Reconstrução.
Se sabe, que a lição seja aprendida, as causas porque por elas há que se corrigir os rumos. Se conhece os culpados, que sejam responsabilizados, e se sabe que não se vive sem muitas coisas, mas não se recomeça e se Reconstrói NADA sem o Seguro, neste momento de pequena bonanza nada seria viável não existisse este setor, neste momento o produto mais barato da prateleira. Neste momento o seguro é sinônimo de RECONSTRUÇÃO e ESPERANÇA.
Carlos Josias Menna de Oliveira
OAB/RS 16.126
Sócio Fundador e Diretor
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