Kobe Bryant: indenização do seguro pode ser milionária

Especialistas entrevistados pelo CQCS comentaram sobre o seguro do trágico acidente de helicóptero que causou a morte do astro da NBA, Kobe Bryant, e de outras oito pessoas, incluindo a sua filha, de 13 anos.

Essa indenização deve ser bastante elevada em razão do elevado padrão de vida do atleta e das demais vítimas.

“Antes, é preciso saber se o helicóptero era de uma firma de táxi aéreo ou do jogador. Se for de uma firma, a indenização por danos a terceiros será muito elevada. O atleta era jovem e ganhava bem.

Ainda tinha uma criança e as outras vítimas. Existem seguros de até US$ 500 milhões para casos como esses. Se o helicóptero era do atleta, não haverá indenização por danos a terceiros (para o jogador), mas, ainda assim, a indenização será alta”, explica Gustavo Mello, analista de risco e sócio da Correcta Corretora de Seguros.

Ele assinala que não haverá dificuldades para o pagamento da indenização mesmo se for comprovado que o tempo não era propício para o voo.

“Isso não dificulta a indenização. Se o piloto teve autorização da torre e tinha capacidade técnica para voar, o seguro vai cobrir normalmente. Mesmo se piloto tiver cometido um erro, o seguro prevê isso, a questão da imperícia”, acrescenta.

DETALHES. 

Já o consultor Sergio Ricardo observa que, mesmo não tendo sido revelados ainda detalhes relevantes sobre a queda do helicóptero, não há razões para pensar em possibilidades de excludentes de indenização. “Vale lembrar que se os pilotos colocam aeronaves em risco, colocam também a própria vida. Se as condições fossem impossíveis para voo com certeza o piloto não se arriscaria”, frisa o consultor.

Sergio Ricardo explica que, se o acidente acontecesse em território brasileiro, para voar, qualquer aeronave tem que ter o seguro obrigatório (instituído na Lei n° 7.565/86 – Código Brasileiro de Aeronáutica). “A chamada Cobertura R.E.T.A. ampara os riscos de morte, invalidez permanente parcial ou total, incapacidade temporária, assistência médica suplementar”, acentua.

Ele acrescenta que os valores são calculados de acordo com o tipo, uso e capacidade da aeronave. Ressalta, contudo, que os valores previstos são insignificantes para uma pessoa como o Kobe Bryant.

“Claro que os operadores de aeronaves ainda contratam seguros de Responsabilidade Civil. A cobertura de terceiros a 2° risco do R.E.T.A. é de livre escolha de valores”, finaliza.

Vale destacar ainda que, de acordo com o jornal “New York Times”, um áudio da conversa entre o piloto e o controle de tráfego aéreo mostra que foi concedida uma autorização conhecida como “autorização de regras especiais de voo visual”.

A imprensa noticiou ainda que o helicóptero estaria voando em uma altitude abaixo do recomendado.

FONTE: CQCS