Ambientes silvestres requerem cuidados com a saúde diferentes da área urbana

O verão é propício para aproveitar atividades ao ar livre, como trilhas ecológicas, banhos de cachoeiras, acampamentos e pescarias. Mas os ambientes rurais e silvestres requerem cuidados com a saúde bem diversos daqueles da área urbana. O ambiente silvestre é um espaço hostil para os humanos, principalmente nesta época do ano. Insetos diferentes, animais peçonhentos, plantas tóxicas e água não-tratada são exemplos do que os ecoturistas podem encontrar pelo caminho.

Os ambientes naturais abrigam uma grande diversidade de animais e plantas importantes para o equilíbrio ecológico, e é importante respeitá-los. “Somos nós que invadimos o habitat natural deles quando entramos em ambiente de matas”, diz o biólogo da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Jáder da Cruz Cardoso. Antes de viajar, atualize a sua carteira de vacinação, com, pelo menos, 10 dias de antecedência. Atualmente, o Rio Grande do Sul está na área recomendada para a vacina de febre amarela. Apesar de não ter registro da circulação do vírus no nosso Estado, foram confirmados casos em Santa Catarina no ano passado.

Na hora de fazer a mala, são indispensáveis itens como protetor solar, repelente, boné, roupas compridas e botas. “Biquíni é roupa de banho, não de trilha”, acrescenta Jáder. Até chegar ao local da cachoeira ou rio é preciso usar uma roupa adequada para andar na mata, sem se expor aos mosquitos. Os borrachudos podem ser um grande incômodo, principalmente para os mais alérgicos. A proteção deve ser redobrada no fim da tarde, pico de atividade desses insetos. “A melhor medida é evitar a exposição o máximo possível”, alerta o biólogo. Ao pescar em açudes ou andar em ambientes alagados, as botas de borracha também protegem contra agentes causadores da esquistossomose e leptospirose.

Outra recomendação de Jáder é levar a própria comida e a própria água, para evitar alguma contaminação ou intoxicação. Não se deve beber água sem tratamento nem comer frutas silvestres desconhecidas.

Os acidentes por animais peçonhentos, como aranhas, cobras e lagartas urticantes também são apontados como uma situação de risco em ambientes de mata. É preciso cuidado onde se coloca mãos e braços. “Acampamentos e trilhas podem ser ótimas opções de passeio, mas é preciso prezar pela segurança, pois esses são ambientes muito diferentes do que estamos acostumados no dia a dia.” Se acontecer algum acidente, o Centro de Informação Toxicológica (CIT), da Secretaria da Saúde, informa aos cidadãos os cuidados necessários com cada espécie, por meio do telefone 0800-721-3000, 24 horas por dia.

Ao entrar numa casa ou galpão que está há muito tempo fechada, antes de começar a faxina, a dica do biólogo é pulverizar o ambiente com água sanitária a 10% (1 litro de água sanitária para 9 litros de água) e, se possível, use máscara para proteção respiratória. Isso pode prevenir contra possíveis fungos ou bactérias que estejam presentes na poeira.

Ao voltar do passeio, se estiver com febre, procure um médico e relate que esteve em local de mata. Essa é uma informação importante para fazer um diagnóstico e encontrar um tratamento adequado. Já houve casos de malária no passado e registros de diversos vírus silvestres transmitidos por mosquitos.

Para mais informações ou dúvidas, tanto para a população geral quanto para profissionais, o Cevs disponibiliza o Disque Vigilância, por meio do telefone 150. O serviço está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 22h, e sábados, domingos e feriados das 8h às 20h.

Fonte: Secretaria de Saúde RS – Foto: Freepik – Arte: Ana Gund