Credibilidade das estatísticas das vítimas de trânsito correm risco

Ao propor o fim do DPVAT, o Governo deixa o país sem a única fonte independente e confiável para sabermos quantos mortos, feridos e inválidos temos no Brasil em decorrência dos acidentes de trânsito.

Como os números do DPVAT são baseados em indenizações pagas para os familiares dos mortos ou para as próprias vítimas, são os dados mais próximos da realidade. Inclusive, a metodologia é a mesma em todo o território nacional, permitindo identificar tendências, inclusive por tipo de condutores.

Foi por meio dos dados do Seguro DPVAT que ficou evidente o surgimento de uma geração de inválidos em decorrência de acidentes envolvendo motocicletas: descobrimos que mais de 70% das indenizações por invalidez permanente são pagas há anos aos condutores de motos, veículos que representam ¼ da frota nacional.

Pelos números fornecidos pelo seguro obrigatório sabemos sexo, faixa etária das vítimas fatais e feridas. Nem mesmo os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nos permitem um histórico seguro pois, desde 2015, somente são registrados os acidentes com vítimas, e muitas das ocorrências com lesões leves não são registradas.

Em outros casos, as vítimas desenvolvem complicações após o acontecimento e os que aparentemente não apresentam nenhuma lesão, podem, até mesmo, morrer, algum tempo depois do acidente.

Portanto, com o possível fim do DPVAT, ficaremos sem importantes dados de uma fonte independente.

Fonte: Viver Seguro no Trânsito