Com perspectiva positiva, seguros crescem 7,8% no Rio Grande do Sul

Segmento registrou maior alta desde 2015, ressalta Pansera.

Os seguros de pessoas são instrumentos importantes de proteção social, pois garantem e preservam as conquistas financeiras e materiais das famílias e dos indivíduos.

No entanto, eles ainda têm baixa penetração no Brasil. Em seu conjunto, as diversas modalidades de seguros (de vida, prestamista, acidentes pessoais, educacional, seguro viagem e auxílio-funeral, entre outras) somam um mercado de, aproximadamente, R$ 38 bilhões em prêmios no País.

Isso equivale a 0,58% do PIB, enquanto que, na África do Sul, por exemplo, essas modalidades de seguros de proteção social correspondem a 16% do PIB.

Apesar dessa realidade, a indústria de seguros no Rio Grande do Sul cresceu, nos sete primeiros meses de 2019, 7,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O setor faturou, no Estado, R$ 10,3 bilhões, contra R$ 9,6 bilhões em igual período de 2018. O levantamento foi feito pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg).

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul (Sincor-RS), Ricardo Pansera, o setor passa por um bom momento, pois apresentou a maior taxa de crescimento desde 2015, quando teve início a forte crise econômica nacional. “O nosso segmento tem se destacado frente a muitas atividades produtivas, uma vez que teve um crescimento nominal superior de 8,4% no primeiro semestre.

Contudo, ainda temos muito espaço para crescer, pois o Brasil se destaca como a nona economia do mundo, mas figura na 50ª posição quando se trata do gasto per capita em seguros”, analisa.

De acordo com o Sincor-RS, mesmo diante da crise, na qual o Rio Grande do Sul ocupava a quinta posição no ranking nacional de arrecadação de prêmios, hoje, o Estado figura na terceira posição. “Passamos à frente de estados com Paraná e Minas Gerias, isso sem considerar os produtos PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o seguro DPVAT (Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres), que não são distribuídos em massa pelos corretores de seguros”, destaca Pansera, lembrando que São Paulo é destaque em arrecadação, seguido pelo Rio de Janeiro.

Nesse sentido, o dirigente se diz otimista em relação à expansão de mercado do setor. “Temos expectativa de um crescimento fantástico. Trabalhamos muito para superar todas as nossas metas de crescimento. Queremos que o seguro represente uma fatia respeitável do PIB, como já representa em países desenvolvidos.”

Na esteira do otimismo previsto para o setor, o presidente do Sindicado das Seguradoras do Rio Grande do Sul (SindSeg-RS), Guacir Bueno, destaca que o mercado tem se mostrado bastante resiliente nos últimos anos, e esse fator indica uma maturidade do setor.

“Mesmo com a situação política e econômica que o País vem enfrentando, temos conseguido manter um desempenho positivo tanto em nível nacional quanto estadual. Um dos fatores que explica a estabilidade em um momento de incertezas, com alta do desemprego e redução de renda, é que as pessoas preferem garantir seu patrimônio, pois sabem que, em caso de sinistro, sem essa garantia, ficará muito difícil sua reposição”, destaca.

Alguns ramos vêm apresentando maior crescimento, como é o caso dos seguros de vida e patrimonial, enquanto outros mostram pequenas retrações, como o seguro automotivo.

“Isso tudo se deve, além do novo contexto socioeconômico, a uma mudança no comportamento da população, que não mais almeja possuir um bem, mas sim usufruir do mesmo. Por isso, a economia compartilhada tem estado tão em pauta e deve ter reflexos também na nossa atividade em breve”, diz Bueno.

Fonte: Jornal do Comércio