Corretores de seguros se manifestam sobre parecer da Susep em venda de seguro direto sem comissão

Os corretores de seguros criticaram o teor do parecer da Susep, que classifica como opcional o recolhimento da comissão de corretagem na venda direta de seguros por meio de bilhete. “Isso é muito ruim para todo o mercado.

Atinge corretores e seguradoras. Pode, inclusive, aumentar o número de processos na Justiça, em razão de vendas mal feitas”, alerta o corretor Jonatas Freire, da IInove Insurance

Já a corretora Ana Lucia Nogueira, considera a medida “péssima” para a categoria. Para ela, é mais uma medida que contribui para a extinção do corretor. “A classe está sendo extinta”, lamenta.

Ana Lúcia diz que a venda direta pode até aumentar a penetração do seguro, mas, em contrapartida, tem aspectos muito ruins para corretores e consumidores. “o volume de vendas pode aumentar, mas não as vendas feitas pelo corretor”, frisa.

Por sua vez, Erica Marconato, da Marconato Corretora de Seguros, diz que o teor deste parecer “é um absurdo” total. “A Susep não deveria incentivar o consumidor a fazer seguro direto na seguradora.

É complicado. Isso não aumenta as vendas. É uma forma de empurrar seguros nas pessoas. Vai tirar o nosso diferencial, que é atender o cliente com a necessária técnica”, adverte.

Alguns profissionais também confessam que ainda não entenderam a razão de a Susep publicar esse parecer. É o caso do corretor Francisco Ademar, da Natureza Corretora de Seguros, que se diz “confuso” diante do que foi publicado pela Susep e pela imprensa até agora sobre essa questão. “A culpa pelo preço alto do seguro é do corretor? Não concordo. Eu não consigo entender até agora”, observa Ademar.

Na opinião dele, a venda direta até pode, inicialmente, contribuir para o crescimento da penetração do seguro. Mas, o consumidor não será favorecido. “Mas, quem vai ganhar com isso Provavelmente, serão as magazines e os bancos. Não será o consumidor, nem o corretor”, acentua.

FONTE: CQCS