Moro recebe pedido dos familiares de vítimas mortas na tragédia da Chapecoense

Ministro da Justiça ouviu demandas da comissão durante quase duas horas em Brasília (Foto: Isaac Amorim/MJSP)

O prazo para buscar indenização junto com os responsáveis encerra no dia 28 de novembro.

Ficou ajustado durante reunião realizada em Brasília, nesta terça-feira (20), que o Ministro da Justiça Sérgio Moro deve levar ao presidente Jair Bolsonaro um apelo dos familiares das vítimas mortas no acidente aéreo com clube brasileiro Chapecoense, para que ele interceda na busca por um acordo junto aos responsáveis pela tragédia que matou 71 pessoas em novembro 2016.

O encontro durou quase duas horas e reuniu senadores, entre eles o catarinense Esperidião Amin, além de representantes da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo da Chapecoense. A vice-presidente da AFAV-C, Mara Paiva, participou da reunião.

Segundo a viúva do ex-jogador Mario Sergio Pontes de Paiva, que atuava como comentarista na época do acidente, Moro se comprometeu em auxiliar, buscando um acordo diplomático entre o Brasil, a Colômbia e a Bolívia.

— Outra demanda que levamos é sobre a corretora de seguros AON Londres. Pretendemos exigir uma explicação por ela ter fechado um seguro de baixo valor para uma aeronave que transportava um time e, ainda, que não cobria acidentes na Colômbia — afirmou.

O senador Amin preparou um glossário com apontamentos de responsabilizações, em que menciona o artigo 8º do Decreto Supremo nº 28.478, sobre tráfego aéreo. No documento citou outras seguradoras também como responsáveis pelo acidente, assim como empresa LaMia, a proprietária do avião.

— A sugestão é chamar as autoridades bolivianas. Que sentem para dialogar sobre um acordo onde os envolvidos assumam sua responsabilidade pelo acidente — explicou.

No dia 28 de novembro o acidente que tirou a vida de 71, das 77 pessoas que estavam a bordo, completa três anos. A queda ocorreu por falta de combustível, quando a aeronave estava prestes a aterrissar no aeroporto internacional de Rionegro, que serve a cidade colombiana de Medellín.

O prazo para buscar indenização junto com a empresa aérea, a asseguradora responsável e, também, com os governos da Bolívia e da Colômbia, através da Justiça, encerra assim que fecharem os três anos da tragédia.

Para Valdécia Paiva, a viúva do volante José Gildeixon Clemente Paiva (Gil), a interseção dos líderes políticos é “o último caminho para encontrar uma solução”:

— Cada dia que passa é um dia a menos na nossa luta. Cada dia que passa a gente vive uma angústia a mais — disse Valdécia.

Fonte: NSC Total (liberação de imprensa) (Blogue)