Em continuidade aos perfis dos diretores do SINDSEGRS, mostraremos hoje um pouco da história de Renato Feltes

Renato Feltes é outro diretor que não havia se imaginado trabalhando no ramo de seguros. Formado em Administração de Empresas, começou a carreira trabalhando em empresas como Unibanco, Souza Cruz e uma metalúrgica de médio porte chamada Helfo.

Foi então que, através de uma amiga que já trabalhava com seguros, foi indicado para participar de uma seleção na Icatu. “Na época a empresa trocou a gestão das sucursais, de um gerente geral para três superintendentes. Um para planos empresariais, outro para planos individuais e outro administrativo. Ingressei na empresa como superintendente administrativo”, lembra.

Após 3 anos atuando na área administrativa, recebeu a oportunidade do então diretor regional, César Saut, para ser o gestor comercial de planos individuais. Ao longo dos anos, passou a ser responsável pelos planos empresarias e também a gestão dos escritórios de Caxias do Sul, Joinville, Blumenau e Florianópolis.

“Em 2005, devido a uma transação entre a Icatu e Mongeral, ingressei na Mongeral como gestor da Regional Sul daquela Cia, responsável pelos estados do RS, SC e PR. Em 2012, após a saída da Mongeral, resolvi criar a corretora RFeltes, atuei como ‘empresário’ por cerca de três anos, até que um dia chegou o convite para retornar para a Icatu através do Vice-presidente César, na operação junto ao Banrisul, ou seja, para ser gestor operacional da Rio Grande Seguros e Previdência”, explica Feltes. Saut é uma das pessoas que marcou a sua trajetória profissional, “pela visão e enorme capacidade de gerir pessoas e empresas, arrojado e com inteligência ‘fora da curva’”. Outra pessoa importante foi Nilton Molina, grande capacidade de negociar e grande “vendedor”.

A atuação da Rio Grande Seguros é somente nos ramos vida, previdência e capitalização. Segundo o diretor, o Estado é muito tradicional no ramo vida, com grandes apólices de vida em grupo que são angariadas via entidades representativas de classe, bem como adesão a apólices de forma individual, o que cria uma cultura no gaúcho de consumir seguros de vida. “Apesar desta tradição, ainda há um enorme público a ser conquistado, não sei quantificar precisamente mas acreditamos que, mais de 85% da população não tem a proteção adequada a sua vida e da sua família. São produtos simples e de fácil entendimento, além de uma rede de cobrança de prêmios, parece óbvio, mas é no que acredito que fará termos mais pessoas seguradas no ramo vida”, afirma Feltes.

O Rio Grande do Sul possui enormes desafios financeiros, políticos e de gestão, o que reflete também na atividade do mercado segurador. Feltes acredita que o processo de recuperação não é simples, mas que o mercado de seguros é um dos agentes que devem contribuir para isto. “Muitos dos desafios são semelhantes à de outros Estados da União, como modernizar o processo de atendimento aos distribuidores e clientes finais, entender e traçar estratégias para atingir o novo consumidor, não somente o consumidor ‘pessoa física’ mas também o consumidor ‘pessoa jurídica’. Este também está mudando a forma como encara os relacionamentos comerciais. Esta transição é complicada, pois de um lado estão os consumidores desejando atendimento personalizado e, do outro, consumidores desejando relacionamento rápido e digital. Não é possível “olhar” somente para um tipo de consumidor. Por outro lado, estas mudanças podem gerar grandes oportunidades, você ou sua empresa pode ser de origem gaúcha e ter relacionamentos em todo o território nacional e, porque não, internacional”, exemplifica.

Feltes também defende que não é preciso dominar todos os ramos, mas que as alianças estratégicas são muito importantes neste novo cenário. “A sua empresa pode ser forte e ter todo expertise em um determinado ramo e ter deficiências em outro. A sua empresa pode ser regionalizada e querer a expansão de uma maneira menos onerosa e arriscada. A sua empresa pode ser tradicional e isso é valor agregado para um outro player ou um novo entrante que tenha outras qualidades. Enfim, é um enorme exercício: estar aberto a juntar forças com um parceiro que era visto como concorrente”, sugere.

Atualmente, Feltes está em sua segunda passagem pelo Sindicato. A primeira foi nos anos 90/2000. Neste ano de 2019, retornou para contribuir com o mercado. “Depois de certo tempo de experiência, compartilhar os conhecimentos faz-se necessário para o engrandecimento do setor. Para a sociedade em geral, damos a nossa contribuição divulgando os benefícios de ter um bom seguro e o quanto é importante para as pessoas e empresas”, salienta.

Aos 54 anos, Feltes aproveita as oportunidades de descanso para ficar em casa curtindo a família e treinando suas habilidades na cozinha. “Gosto muito de estar com eles vendo um filme ou uma série, levar o filho para aniversários, torneios de futebol. Também me agrada muito pilotar o fogão ou a churrasqueira”, conclui.