Com reaquecimento da indústria do turismo, seguro-viagem dispara

As vendas da líder do setor para assistência dentro do país cresceram 63% no primeiro semestre. Perspectivas são promissoras para os próximos meses.

O reaquecimento da indústria do turismo no país está puxando para cima outros segmentos da economia, como o de seguros e assistências de viagens.

Os números da empresa líder do setor no país, a Assist Card, endossam esse cenário. As vendas de apólices no primeiro semestre cresceram 28,1% na comparação com a primeira metade do ano passado.

Os negócios foram turbinados principalmente pela demanda de seguros para destinos nacionais, com alta de 63%. Já o aumento registrado na cobertura no exterior avançou 12% no mesmo período.

“Além da maior conscientização do brasileiro em relação à importância de ter um suporte em caso de necessidade, muitas famílias passaram a contratar nossos serviços porque fizeram, durante a crise, uma redução de coberturas de seus planos de saúde”, afirma Alexandre Camargo, country manager da companhia no Brasil.

“Por isso, passamos a incentivar o produto nacional, que garante assistência não só de custos médicos, mas também de repatriação e traslado de UTI móvel”, completa o executivo. Os seguros domésticos, que hoje representam 47% das vendas da Assist Card no Brasil, respondiam por apenas 37% das apólices nacionais no ano passado.

O crescimento da Assist Card não foi um fato isolado no segmento. A rival Affinity encerrou o primeiro semestre deste ano com expansão de 35% em vendas em comparação a igual período de 2018.

A expectativa da empresa é terminar o ano superando uma alta de 40%. “Apostamos no crescimento do mercado corporativo, o B2B, sem negligenciar as vendas diretas ao consumidor final”, diz o diretor-geral, José Carlos Menezes.

Estratégias à parte, o fato é que a retração econômica não só forçou uma grande parcela das famílias a rever seus custos, promovendo um downgrade dos planos de saúde, como também fez com que viagens ao exterior fossem substituídas por destinos dentro do país, o que ajudou a aquecer o mercado.

“Estamos acompanhando de perto esse cenário e lançando produtos que incentivam a compra de seguro para viagens domésticas. Este ano, por exemplo, lançamos o Assist Card Futebol, que oferecia coberturas médicas durante o período da Copa América.

O seguro-viagem nacional já é uma realidade, e os agentes de viagens e corretores de seguros devem estar atentos a esse nicho de mercado”, garante Camargo.

Aposta

Embora o segmento internacional, que representa atualmente 53% dos vouchers emitidos, esteja crescendo em velocidade menor, para o segundo semestre ele é a grande aposta da Assist Card, já que o dólar mais barato tende a aquecer a procura por destinos internacionais.

“A emissão de apólices internacionais já era esperada no primeiro semestre, mas vai melhorar a partir de agora, com o câmbio mais favorável e a emissão do produto ‘multitrip’, que permite múltiplas viagens durante o ano com apenas uma única apólice”, afirma o executivo.

“A procura por esse produto cresceu 43% ante o mesmo período do ano passado e, como consequência natural, quem emitia duas ou mais apólices por ano agora só emite uma, fazendo com que a emissão internacional cresça menos. ”

Além de anunciar forte crescimento na emissão de apólices em 2019, a empresa também conseguiu reduzir seus gastos com sinistros. No acumulado a maio deste ano, contabilizou despesas de R$ 12,5 milhões com sinistros em viagem, queda de 45% sobre os gastos de R$ 22,8 milhões realizados no mesmo período de 2018.

Os resultados vão na contramão da indústria, que, no mesmo período, apresentou gastos de R$ 155,1 milhões com sinistros em viagem, crescimento de quase 50% contra os R$ 103,6 milhões do mesmo período de 2018, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep).

“Criamos uma política de preços que, agora, analisa destinos, faixa etária e segmentos de negócios.

Com isso, conseguimos controlar melhor a taxa de sinistros em países como os Estados Unidos, onde os custos médicos são elevados, e em segmentos como o de intercâmbio, em que a longa estada acaba sendo um fator determinante para o aumento de sinistros.

FONTE: Correio Braziliense