Estudo revela que seguradoras são lentas na resposta a riscos emergentes

Estudo da Capgemini também revela que clientes estão mais bem preparados para lidar com mudanças do que as seguradoras.

Alterações climáticas, avanços tecnológicos ou mudanças sociais e demográficas são alguns dos riscos a que a população está cada vez mais sujeita. No entanto, as seguradoras não parecem estar cientes disso.

Segundo o World Insurance Report, um estudo global publicado esta quarta-feira pela consultora Capgemini e pela Efma, as seguradoras são demasiado lentas a dar resposta aos riscos emergentes.

O estudo conclui que, face aos novos riscos identificados, “a maioria das seguradoras tem sido lenta a reagir” e “consequentemente a propor ofertas adaptadas às novas necessidades dos seus clientes”.

Menos de 25% das empresas e 15% dos segurados particulares “consideram estar suficientemente cobertos pelas apólices dos seus segura face a estas novas tendências”. E menos de 40% das seguradoras dos ramos vida e saúde criaram novos produtos com vista aos novos riscos.

Por causa desta lentidão, avança o estudo, os clientes estão mais expostos aos novos riscos. Por exemplo, “83% dos segurados particulares estão moderadas ou fortemente expostos a ciberataques e correm o risco de esgotar as suas poupanças ao longo das suas vidas” e só 3% a 5% estão totalmente cobertos.

Já nas empresas, 87% estão expostas a ciberataques e menos de 18% estão totalmente seguras. São ainda 75% os que estão ameaçados por catástrofes naturais. O estudo conseguiu captar ainda que os clientes estão hoje mais bem preparados para lidar com as mudanças do que as próprias seguradoras.

“Mais de metade dos clientes (55%) afirmam estar prontos a explorar novos modelos de seguros, no entanto apenas 2% das seguradoras está a investir nesta área”, lê-se no documento da Capgemini.

O World Insurance Report conclui que as seguradoras podem resolver estes problemas se implementarem tecnologias como machine learning ou Inteligência Artificial e se estabelecerem parcerias com InsurTechs.

É ainda aconselhável que estes avanços tecnológicos sejam complementados por uma mudança no posicionamento das seguradoras, que “não devem continuar a considerar-se meros pagadores, mas sim evoluir em consonância com as alterações e assumirem o papel de parceiros e de preventores, trabalhando mais estreitamente com os seus clientes para diminuírem os riscos e oferecerem serviços on-demand“.

Fonte: Dinheiro Vivo