Motoristas sob os efeitos de drogas precisam ser contidos

Motoristas sob os efeitos de drogas precisam ser contidos

Desde que o exame toxicológico de larga janela começou a ser exigido para motoristas profissionais em 2016, o Brasil passou a contar com uma nova arma para desestimular o consumo de drogas.

Nos dois primeiros anos de aplicação do exame, dois milhões de motoristas somente das categorias C, D e E, habilitados a dirigir vans, ônibus e caminhões, deixaram de renovar a carteira de habilitação, em grande parte, por serem usuários de drogas. Para voltar a dirigir precisam comprovar que deixaram o vício.

O teste, chamado de “exame do cabelo”, detecta o uso regular de drogas nos últimos 90 dias. Por isso, motoristas que consomem entorpecentes constantemente, evitam a realização do exame.

No caso dos profissionais, o uso de substâncias ilícitas é comum para suportar as longas jornadas, reflexo da exploração da categoria. Além desses 2 milhões que não renovaram a CNH, mais de 100 mil fizeram o teste e foram flagrados.

O resultado é que caíram os acidentes nas rodovias e áreas urbanas envolvendo veículos pesados, especialmente porque o número de motoristas de ônibus e caminhões dirigindo sob efeitos de substâncias psicoativas diminuiu. No caso dos ônibus, isso significa mais segurança para milhares de brasileiros que usam o transporte público diariamente.

Entretanto, uma matéria veiculada em uma das maiores emissoras do país revelou outro grupo de usuários que não tinham sido flagrados até hoje: os taxistas. Como Porto Alegre passou a exigir o exame toxicológico desses profissionais, muitos deixaram de apresentar o teste e perderam a autorização de transportar passageiros.

Alguns falsificaram documentos, apresentando exame negativo de outros motoristas. As autoridades descobriram, mas o caso confirmou que taxistas em todo o país deveriam passar pelo mesmo controle, pois fazem transporte público. Assim como os mototaxistas e até mesmo os motofretistas.

As drogas estão cada vez mais presentes na sociedade, mas são e serão sempre incompatíveis com a direção segura.

Fonte: Rodolfo Rizzotto