Lideranças demandam aumento de subsídio para o seguro rural

“É mais barato bancar o seguro do que renegociar dívidas com recursos públicos”.

Em caderno especial sobre o agronegócio, o Valor Econômico destaca que a arrecadação de prêmios de seguro rural alcançou quase R$ 4,6 bilhões no ano passado, enquanto a subvenção governamental prevista pelo Plano Safra em curso totaliza R$ 660 milhões.

Há uma forte pressão das lideranças do setor agrícola e da bancada ruralista no Congresso para que a subvenção, por meio da qual o governo assume 35% do valor do prêmio, supere R$ 1 bilhão este ano.

Embora subsídios às expensas do Tesouro Nacional sejam opostos à filosofia liberal da equipe econômica, o argumento é o de que a subvenção evita gastos maiores com o salvamento de agricultores insolventes em decorrência de eventos climáticos adversos.

‘É mais barato bancar o seguro do que renegociar dívidas com recursos públicos’, diz o head de agronegócios da Swiss Re, Gabriel Bruno de Lemos. Nos últimos 20 anos, houve cerca de 15 megaprocessos de renegociação de dívidas agrícolas, consumindo do Tesouro entre R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões.

Para um país que se pretende o celeiro do mundo, o Brasil gasta proporcionalmente muito pouco em subvenção de seguro rural comparativamente a outras potências agrícolas. Enquanto aqui o aporte foi equivalente na atual safra a US$ 107 milhões, a Índia gastou US$ 1,5 bilhão, a China, US$ 2,3 bilhões e os EUA, cerca de US$ 10 bilhões.

O vice-presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional dos Seguros Gerais (Fenseg), Daniel Nascimento, acredita que os recursos para a subvenção irão subir dos R$ 660 milhões liberados para a safra atual para algo perto de R$ 1 bilhão.

‘O rural é o ramo de seguros que mais cresce. Evolui em taxas superiores aos segmentos de pessoas, patrimoniais e empresariais. Mas só fornece proteção para cerca de 13% da área plantada. A subvenção significativa é o caminho mais rápido para a massificação do seguro’ diz o executivo. O juro médio cobrado hoje pelo seguro rural é de 6% ao ano

FONTE: Valor Econômico via SindSeg SP