Representantes de seguradoras se reuniram com peritos e policiais, no Recife, para trocar dados e intensificar combate a crimes no segmento. Batizado de “Fraudes em Seguros”, o seminário aconteceu, na manhã da última quarta-feira (10), e contou com a presença do secretário de Defesa Social de Pernambuco (SDS), Antônio Pádua, o presidente do Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (SindsegNNE), Múcio Novaes, e profissionais do mercado de seguros, além de agentes de segurança.
Técnicos de seguradoras, peritos criminais, policiais civis e militares trocaram informações para coibir a prática de ilícitos envolvendo contratos de seguros em suas variadas modalidades.
Os participantes destacaram que a união de iniciativas públicas-privada é um caminho eficaz para baixar índices de criminalidade. As fraudes não prejudicam só empresas de seguro. Fazem mal a toda sociedade, pois fomentam outros crimes como assaltos e lavagem de dinheiro.
Não se pode esquecer que esse crime é responsável por elevar o preço para a população já que as seguradoras definem seus valores usando variáveis e, quanto mais ocorrências, maior será o custo para o consumidor.
Os palestrantes foram Renato Roperto, diretor de Operações da Sul América Seguros, e Renato Orsi, diretor do Instituto de Aperfeiçoamento em Práticas de Advocacia e Anderson Mendonca, dirigente da FenSeg. Segundo especialistas do mercado, em torno de 14% dos sinistros que chegam às empresas para indenização são investigados. E, desse total, cerca de 3% são comprovados como fraude.
Para Múcio Novaes, presidente do Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (SindSeg N/NE), a iniciativa de evento como esse é um passo importante e um marco para atacar o problema a fundo. “São especialistas de segmentos distintos usando suas expertises para somar forças. Essa parceria é fundamental para melhorar os indicadores na área de segurança pública”.
O presidente do sindicato dos Corretores de Pernambuco (Sincor-pe) segue discurso semelhante. E diz que todos os participantes deste evento estão focados na evolução das boas práticas para beneficiar o mercado.
Estamos reunindo aqui todas as experiências e visão dos que podem levar ao consumidor as condições mais eficientes para que todo mundo possa proteger o seu patrimônio.
Em suas palavras, o secretário da SDS, Antônio de Pádua, destacou a importância das parcerias público-privadas como fundamentais para o enfrentamento da violência já que o Estado tem demandas que, com a troca de informações, poderia ter uma resposta mais rápida para frear ações criminosas. Padua lembra até que conseguiu avançar neste sentido em trabalhos em conjunto com outros segmentos de transportes e de empresas que operam com cargas e mesmo bancos.
PRINCIPAIS FRAUDES
Inversão de culpa
Quando uma pessoa bate no carro do segurado e a vítima assume a culpa pelo acidente para livrar o causador do acidente de pagar o conserto. E a conta fica com a seguradora. O segurado erradamente assume a culpa para receber a franquia, mas esquece que vai perder seus bônus quando renovar
Alteração de condutor
Imagine a cena: o motorista com seguro provoca um acidente, mas estava embriagado e transfere a responsabilidade para o carona a fim de evitar a negativa de pagamento da seguradora já que ele não poderia dirigir naquele momento.
Empréstimo do seguro
Acontece no seguro saúde. O segurado empresta a carteirinha do plano dele para um amigo ou parente que não tem plano de saúde para que o falsário consiga o atendimento sem pagar pela consulta médica.
Falsa comunicação de roubo e furto
Fraudador que tem carro com seguro tenta vender o veículo e não consegue porque o mercado não está pagando bem pelo veículo. Para ganhar mais na indenização, ele vai à polícia dizer que roubaram seu veículo e pede a indenização à seguradora, que pode pagar um valor maior que o do mercado.
SEGUROS EM NÚMEROS
O SindSeg N/NE é uma entidade regional, com sede no Recife, de onde opera para Estados do Norte e Nordeste.
Só em Pernambuco, em 2017, a indústria de seguros produziu receitas de R$ 6,5 bilhões, equivalente a 3,8% do PIB do Estado.
Só no Recife, naquele ano, com um PIB de cerca de R$ 42,5 bilhões, a participação do setor foi de mais de 15%.
Anualmente as seguradoras devolvem para os pernambucanos mais de R$ 4,5 bilhões em indenizações de seguros, benefícios e resgates da previdência privada, sorteios e rendimentos de títulos de capitalização, salários, pagamentos de serviços e outras despesas e impostos.
FONTE: SindSeg N/NE e Sincor-PE