Mineradoras pagam até 30% mais em seguros após desastre de Brumadinho

Uma apuração do Valor Econômico indica que, após uma sequência de acidentes envolvendo mineração, incluindo o rompimento da barragem de Brumadinho, fez que com o que o valor do seguro para o setor sofresse um aumento de 30%.

Algumas seguradoras se mostram mais cautelosas em fechar contrato com empresas da área, outras, por outro lado, já não aceitam mais atender mineradoras.

“O setor de mineração historicamente dá prejuízo para as seguradoras em todo o mundo. Quando a seguradora ganha dinheiro, é obra do acaso, por isso muitas saíram desse negócio”, disse ao Valor, Nery Silva, chefe para seguros corporate e comerciais na América Latina da Generali, uma seguradora italiana que decidiu não trabalhar com as mineradoras.

Desde 2015, após o acidente em Mariana, causado pela Samarco, as seguradoras se mostram reticentes em aceitar mineradoras como clientes. Após o acidente em Brumadinho a situação se agravou.

O Valor afirma que contribui para a restrição a dificuldade em transferir o risco no mercado internacional, o que acaba aumentando o valor a ser pagar. “Como a sinistralidade tem aumentado, as resseguradoras têm repassado aumento de taxas entre 10% e 30% aos clientes”, afirma Wellington Zanardi.

Além disso, o seguro de responsabilidade civil se torna ainda mais difícil, já que acidentes envolvendo mineração acarretam um grande número de indenização a terceiros. Para fechar a apólice, as empresas têm se comprometido a arcar com uma alta franquia, antes de ter acesso ao dinheiro das seguradoras.

Além de mineradoras, o mercado também está com receio de fechar negócios com empresas de que trabalham com barragens, como o de energia, por exemplo, essas também estão com mais dificuldades em negociar as apólices.

FONTE: CQCS | Carla Boaventura