Corretora de Seguros conclama entidades do setor após ser processada por Sindicato das empresas de proteção veicular

Após enviar para o CQCS uma cópia da nota repassada ao presidente do Vasco da Gama manifestando seu repúdio ao fato de o clube ter aceitado patrocínio de uma associação de proteção veicular, a corretora de seguros Sheyla Márcia Gonçalves Nunes, de Niterói (RJ), foi surpreendida pela notícia que o Sindicato das Empresas de Proteção Veicular a está processando por “dano moral”.

A corretora enviou cópia da notificação para a Fenacor, diversos Sincors e outras entidades do mercado. “Isso soa como uma ameaça para que eu fique quieta. Vários outros profissionais fizeram a mesma nota de repúdio.

Por que só o meu causou indignação? Acham que me processando vão me deixar instável financeiramente e sem liberdade de expressão? Não podemos questionar mais? Essa é uma forma de intimidar”, desabafou a corretora, em entrevista ao CQCS.

Ela conclama as entidades do setor, principalmente as que representam os corretores de seguros, a se manifestarem a respeito dessa ação. “É um chamamento nacional para todos se manifestem”, frisa a corretora.

Segue, abaixo, a nota repassada pela corretora ao presidente do Vasco da Gama:

“Senhor Presidente Alexandre Campello, como torcedora e por coincidência também corretora de seguros, venho expor meu total repudio ao atual patrocínio publicado nas redes sociais e nas mídias em geral.

Um clube grande, como é o VASCO DA GAMA, é um formador de opinião. Concordo que todo clube necessita de patrocínios. Mas aceitar patrocínio de algo que perante os órgãos regulamentadores, como SUSEP, são considerados ilegais, muito me envergonha.

Tais empresas de proteção veicular, conforme também divulgado por todas as mídias, estão lesando diversos consumidores, pois tais consumidores com a oferta de uma “proteção” barata, se sentem atraídos, até que o indesejável acontece e ficam com seus prejuízos.

Muito me espanta um clube cujo presidente também é médico, compactuar com coisas ilegais e incentivar seus torcedores a procurar tais “empresas” a se associarem já que, tal patrocínio, estimula seus torcedores como se fosse algo lícito e certo.

Fazendo um comparativo bem vulgar, já que o senhor é médico, pagou caro pelo seu diploma, paga caro pelo seu CRM, vamos incentivar também, os clubes a contratarem curandeiros para cuidarem dos seus jogadores, ao invés de médicos legalmente formados e devidamente regulamentados.

Deixo ao senhor a pergunta: se tais empresas de proteção veicular não pagam seus cooperados/associados, deixam seus “membros” “na mão” quando necessitam, se compartilham do lucro e do prejuízo, já que são associações e cooperativas, não possuem oficinas de porte para reparar veículos de seus membros, de onde arranja tanto dinheiro para patrocinar clubes grandes, como é o caso do Vasco da Gama?

O senhor confiaria a proteção e a garantia que a seguradora dá nas apólices de seguros que o clube tem contratado, a essas associações e cooperativas? Por que não pediu patrocínio da seguradora que detém o seguro de vida dos jogadores?

Se o Vasco é um clube de respeito, então esse respeito tem que ser mútuo.

Com tais atitudes, o clube, através do senhor, como presidente, perdeu seu respeito e alguns de seus torcedores.

Vemos a integridade de alguém a quem ele se associa. A quem ele aperta a mão.

Mais uma vez, deixo aqui minha vergonha como torcedora e meu repudio como corretor! ”

FONTE: CQCS