Seguro popular: veja como funciona

Não é de hoje que os seguros vêm sendo um serviço de muita importância para quem tem veículos, contudo, também não deixa de ser uma pedra no sapato de muitos consumidores.

Uma matéria publicada pelo jornal Correio Braziliense mostrou que, em 2017, 80% da frota brasileira circulava sem seguro. O preço alto e a burocracia são as principais causas que fazem muitos desistirem.

A recessão que o país vem passando afetou ainda mais na contratação do serviço, fazendo com que os proprietários de veículo migrassem de empresa com custo menor ou até mesmo solicitando o pedido de cancelamento.

Ainda assim, muitos condutores entendem a relevância dos seguros para os seus bens. Quando tratamos de um automóvel, os riscos são conhecidos por todos. O Brasil não só é considerado como um dos países mais violentos no trânsito, mas ainda somos obrigados a conviver com a taxa alta de criminalidade.

Algumas regiões do país encerraram 2018 com recorde de roubo/furto.

Aproximadamente 2,8 mil carros foram roubados ou furtados em 2018 em Cuiabá (Mato Grosso) — maior índice se comparado com os últimos três anos. Já em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) registrou 11.152 só no ano passado.

A imprudência é outro desafio a ser encarado e considerado na hora de contratar um seguro, pois, o Brasil ocupa a 5ª colocação entre os países mais violentos no trânsito.

Para você que tem ciência de todos os riscos e está à procura um seguro para o seu carro ou moto e já enfrentou diversas questões, principalmente financeira, a seguir mostramos outra opção que, dependendo do seu perfil, poderá ser vantajosa: o seguro popular.

O que é seguro popular?

Foi de olho no público com menor poder aquisitivo, mas que tem interesse em proteger seu carro com uma alternativa mais em conta que surgiu o “Seguro Popular” ou “Seguro Auto Popular”.

Lançado em abril de 2016, ainda tímido, o seguro popular chegou para beneficiar principalmente os donos de veículos antigos. Um atrativo é que ele pode sair 30% mais barato se comparado com os tradicionais.

No mesmo ano atendia poucas regiões (São Paulo e Rio de Janeiro) e apenas duas grandes empresas iniciaram a implantação no país.

Agora, as principais e grandes seguradoras já oferecem a modalidade econômica, incluindo bancos públicos e startups.

Com relação ao custo, podemos comparar um Volkswagen Gol 2016, ano da chegada do Seguro Popular.

No modelo convencional sairia por R$ 1.816,86. Na categoria popular seria cobrado R$ 1.266,59 — uma economia de R$ 550.

Os valores do seguro, igualmente chamado de prêmio, são divergentes devido a muitos fatores como: tipo de cobertura e indenização, assistência, danos a terceiros, entre outros.

O nome popular não só está no papel, isso porque, na prática, as empresas de seguro utilizam peças não originais para o carro desses clientes. O ato é totalmente legal graças a Lei do Desmanche (2014). Todas as peças são certificadas.

Como funciona e como contratar um seguro popular

Até 2017 apenas duas empresas ofereciam o seguro popular, agora existem outras, como informamos anteriormente. Na prática, é ótimo para manter a concorrência e preços atraentes.

Por outro lado, exige do cliente para realizar uma boa pesquisa de preço e cobertura.

Cada empresa possui suas regras de contratação.

A Azul Seguros (Grupo Porto Seguro), por exemplo, só aceita veículos com mais de cinco anos de uso. Proprietários de carros novos não conseguirão contratar, pois, seus automóveis saem de fábrica com garantia e peças originais.

A Tokio Marine trabalha com seguro popular com restrições, aceitando os modelos mais populares do país.

A seguradora não possui idade limite, mas oferece proteção para apenas 12 modelos: Gol, Voyage, Celta, Fox, Corsa, Corsa Sedan, Palio, Uno, Fiesta, Ka, Clio e Sprinter (caminhão ou van).

Para contratar, primeiro, encontre as seguradoras que oferecem o seguro popular e faça uma simulação no site.

Após encontrar, entre em contato com a empresa para agendar uma conversa com o corretor.

O profissional fará algumas perguntas para conhecer o seu perfil — que influenciará no preço final — seja honesto e forneça todas as informações para não sofrer consequências futuramente.

Antes de fechar o contrato, não deixe de verificar item por item do mesmo. Confirme todas as informações de cobertura e possíveis adicionais.

Todas as normas apresentadas pelo corretor devem estar claras na apólice do seguro.

Algumas regras e restrições do seguro popular

Podemos notar que o Seguro Auto Popular não se destina a todo o público. É por isso que a análise de perfil é importante.

O consumidor também deve se atentar às regras de cada companhia. Analise cada cobertura oferecida e se influencia demais no preço.

Na modalidade do seguro popular, há seguradoras que cobram bem mais pela franquia, isto é, o valor que você pagará em caso de acidente. Por isso, tome cuidado para não bater o carro.

Existe regra também para o preço do bem. Como informamos anteriormente, o veículo deve ser popular e não pode passar de R$ 60 mil.

Reforçamos que pode haver mudanças de acordo com a prestadora do serviço, por isso, indicamos a confirmação através do site ou telefone.

Vantagens e desvantagens do seguro popular?

Agora, é hora de pegar papel e caneta e avaliar se compensa ou não contratar o seguro popular.

Considere que algumas seguradoras oferecem assistência 24 horas. Outras só prestam socorro a partir de uma quilometragem estabelecida (aproximadamente 100 quilômetros).

Considere importantes coberturas como: de colisão, roubo, furto e incêndio. Nem todas vendem o serviço completo e, neste caso, você precisará arcar com os extras.

Outra vantagem: há facilidades para pagamentos em até 6 vezes — sem adição de juros — ou, então, 12 vezes com parcela fixa.

Uma das principais empresas concede até R$ 25 mil de indenização a terceiros. Já no seguro tradicional esse valor pode variar entre R$ 50 e 500 mil.

Como mostramos aqui, no seguro popular as peças não são originais, isso significa que a durabilidade poderá ser bem menos do que as de primeira linha.

Para roubos pode não haver 100% de cobertura. Caso o veículo seja encontrado danificado, o proprietário terá de assumir a dívida do conserto. Logo, não deixe de consultar este detalhe.

Conclusão: podemos concluir que para saber se compensa, o consumidor deve analisar muito bem todas as condições de pagamento e cobertura, isso porque dependerá do perfil, poder aquisitivo e para qual finalidade e frequência você utiliza o automóvel.

Para quem dirige todo o dia a trabalho pode não valer a pena, já que essa pessoa estará em constante risco no cotidiano.

FONTE: Noticias Automotivas