Seguradoras podem usar redes sociais para avaliar clientes e determinar os preços de suas apólices

Agência de regulação irá permitir que empresas usem redes sociais para determinar preços das apólices.

Uma matéria da Folha de S. Paulo informa que a principal agência de regulação de serviços financeiros no estado de Nova York, EUA, irá permitir que empresas de seguros de vida usem dados obtidos a partir de mídias sociais e outras fontes não tão convencionais para determinar os preços de suas apólices, mesmo que as companhias de seguro tenham que provar que a informação não se qualifica discriminação injusta contra clientes.

O estado de Nova York é o primeiro a determinar normas específicas, especificando como as empresas de seguro devem usar seu algoritmo para investigar o grau de risco de seu cliente através de escrituras de imóveis, histórico de crédito e uso da internet.

De acordo com a Folha, para agilizar o processo a emissão online de apólice, as seguradoras estão passando a adotar essa ferramenta, com a finalidade de movimentar os negócios parados nesse nicho do mercado.

De acordo com Maria Vullo, superintendente do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York, o objetivo dessa decisão é estabelecer regras antes que o uso dessas informações se torne banal.

“Porque essa é uma área de rápida evolução no mercado de seguros, era importante para o departamento estabelecer princípios gerais agora”.

As empresas de seguro precisarão se preocupar em determinar que os algoritmos e dados estejam livres de parâmetros que sejam contrários a minorias raciais e a outros grupos protegidos por lei.

A orientação de que as seguradoras não poderão aceitar a afirmação de um provedor externo quanto à lisura do processo se aplica em Nova York, mas acredita-se que seu impacto pode ir além das fronteiras do estado.

“Todo mundo prestará atenção”, disse Tom Scales, líder da prática de seguros de vida na Celent, consultoria de tecnologia para seguros.

Além disso, a Folha informa que as seguradoras “continuariam a estudar maneiras de ajudar mais americanos a se beneficiarem de proteção financeira”, disse Mary Griffin, presidente do Conselho de Seguro de Vida de Nova York.

A orientação em Nova York surgiu após uma investigação de 18 anos onde funcionários do departamento questionaram 106 empresas de seguro de vida a respeito de suas práticas.

Foi detectado, então, que muitos dados estavam sendo usados: registros imobiliários, informações de crédito, currículos educacionais, sentenças em julgamento civis, credenciamentos profissionais e outros documentos de domínio público.

“Tudo isso tem o potencial de refletir critérios disfarçados e ilegais, de ordem racial, para a concessão de seguros”.

Em Nova York, leis de seguro proíbem o uso de informação sobre raça como critério para ser usado na aprovação de um pedido de seguro.

As autoridades regulatórias estão atentas na forma que as empresa de seguro de vida estão agindo.

FONTE: CQCS | Carla Boaventura com informações da Folha de S. Paulo