Corretor entenda mais sobre segmento pouco explorado

O Brasil tem uma extensa costa navegável. O transporte entre portos é chamado de cabotagem. Você sabia que esse tipo de transporte também pode ser protegido pelo seguro?

O presidente da Comissão de Transportes da FenSeg, Alexandre Leal, diz que a cabotagem é considerada um modal promissor porque em comparação ao transporte rodoviário e ferroviário, o custo é menor.

O custo da logística da cabotagem é menor porque há um consumo 8 vezes menor de combustível para mover a mesma quantidade de carga que outros modais. “No que diz respeito aos aspectos econômicos, quando a cabotagem é comparada com o transporte terrestre, os números reduzidos de avarias e sinistros garantem a confiabilidade do modal. E, consequentemente, o menor custo em apólices de seguro”, destaca o dirigente da FenSeg.

A integridade da carga também se destaca, pois, o índice de avarias nas cargas transportadas por meio da cabotagem é pequeno se comparado aos danos causados pelos outros modais, além do baixo índice de roubos de cargas devido ao deslocamento das mercadorias ser realizado em grande parte por contêineres.

Além disso, do ponto de vista ecológico, a cabotagem contribui para a redução da emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera, visto que o setor de transportes é o principal responsável pelas emissões no Brasil e a cabotagem é o modal que menos interfere no meio ambiente.

O transporte de cabotagem ainda releva o aspecto social, já que a maioria dos acidentes com vítimas fatais nas rodovias brasileiras envolvem veículos de transporte de carga.

Como funciona o seguro

Leal explica que para a avaliação do seguro de cabotagem, serão considerados diversos conjuntos de fatores, tais como: tipo de mercadoria, embalagem, valores transportados, performance do risco, logística utilizada, percurso, locais de armazenagem, entre outros fatores específicos a cada segurado.

Assim como o custo do seguro, também será fixado levando em conta os respectivos fatores. “Como o número de acidentes e incidentes envolvendo o transporte rodoviário é maior que nos demais modais, a avaliação para um seguro de transporte rodoviário pede por mais exigência”, pontua.

O seguro de cabotagem disponibiliza as seguintes coberturas: “Cobertura Básica Ampla (A) ”; “Cobertura Básica Restrita (B) ” ou “Cobertura Básica Restrita (C) ” além de outras coberturas básicas e adicionais, conforme a necessidade de cada segurado.

Mas há riscos que podem ser maiores, como eventos de incêndio/explosão na embarcação ou nos armazéns, além dos relacionados à Avaria Grossa (dano ou despesa extraordinária feito com o propósito deliberado de salvar o que for possível do navio e/ou da carga transportada com resultado útil) ou à Avaria Particular (dano ou gasto suportado exclusivamente pela carga ou pelo navio) e a vandalismos e pirataria.

“Basicamente encontramos nas coberturas básicas os riscos de naufrágio, encalhe, abalroação, colisão, explosão, incêndio, raio e suas consequências, ressaca e tempestade, mudança forçada de rota (arribada) e falta ao dever do capitão e tripulantes (barataria).

No caso da Cobertura Básica Ampla (A) estarão garantidas as perdas ou danos decorrentes dos riscos de causa externa aos bens/mercadorias, ocorridos durante o transporte”, detalha Leal.

Atualmente, há um percentual muito pequeno de empresas que realizam este tipo de transporte e este tipo de seguro. No Brasil, as empresas que mais usam o transporte de cabotagem são as de granéis líquidos (óleo e derivados de petróleo) – embora, em escala menor, o setor de granéis sólidos (soja, trigo e milho) também utilize o transporte por navios.

FONTE: CQCS | Sueli Santos com informações da CNseg