Menos de um terço dos viajantes fazem seguro

Desafio de vender assistência aos turistas que saem do País é grande, mesmo com a maior exigência de destinos internacionais; dificuldade é ainda maior entre os jovens.

A venda de seguro viagem ainda é um desafio para as agências de turismo. Entre os brasileiros, só 30% dos que vão transitar de um país para outro contratam serviços de assistência e, geralmente, só o fazem quando há exigência do governo do destino buscado.

O problema é ainda maior entre os jovens, que tendem a ver menos necessidade de gastar com esses produtos.

O número foi obtido a partir do cruzamento de dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e apontam que, apesar do desafio, o mercado deste tipo de serviço ainda tem muito que crescer, mas precisará se adaptar para atender os jovens. “Os millenials, nascidos e criados na era da internet, exigem serviços mais velozes, imediatos e satisfatórios”, explica o especialista de turismo da TOTVS, Cláudio Cordeiro.

Sabendo disso a Assist Card lançou um aplicativo em que os clientes podem acionar o seguro, contratar pacotes e ainda realizar chamadas em vídeo com médicos ao invés de consultas presenciais durante a viagem. “Percebemos que esse grupo, realmente, vem migrando para o online.

O nosso público, por exemplo, varia em uma faixa de 18 a 40 anos de idade”, afirma o diretor geral para o Brasil da Assist Card, Alexandre Camargo.

Segundo Cordeiro, esta geração tem um perfil exigente, o que pode mudar a cultura do brasileiro em relação à prevenção. “Segurança é um item fundamental para essa geração porque eles querem fazer uma viagem sem problemas”, comenta.

Questão cultural

Entre os viajantes brasileiros o perfil do brasileiro é tentar economizar com este tipo de custo, o que exige dos vendedores um trabalho para mudar essa cultura. “É um papel das asseguradoras e das agências mostrar ao viajante a importância deste serviço”, analisa Camargo, acrescentando que grande parte das pessoas ainda não sabe do que se trata o seguro de viagem e, muitas vezes, confundem com seguro de saúde para o exterior.

A necessidade de cobertura em caso de problemas no exterior é ainda maior entre os intercambistas, já que o tempo de permanência no destino é maior. “Um terço dos nossos maiores vendedores são agências de intercâmbio online, que apresenta um dos segmentos que mais cresce no Brasil”, afirma Camargo.

Se o brasileiro tenta evitar este tipo de custo, a exigência do serviço tem ganhado cada vez mais adeptos mundo a fora. “Existem até alguns países, como Austrália e Inglaterra, nos quais o seguro é obrigatório.

No caso da Austrália, ele é do governo e é bem básico, por isso sugerimos ao consumidor que complemente com outro privado”, comenta a gerente de operações e produtos da Hello Study, Elaine Martins.

Para Camargo, uma forma de estimular esse hábito entre os viajantes é que se ofereça o serviço como benefício na contratação do pacote por parte de companhias aéreas e agências de turismo, principalmente em contratos anuais.

“Os passageiros optam pela conveniência de comprar um seguro anual sem se preocupação em ter que adquirir assistência toda vez que for viajar. ” Hoje 22% das vendas da Assist Card no Brasil se dão nessa modalidade. /*A repórter viajou ao Uruguai a convite da Assist Card

FONTE: DCI