Seguradoras têm de acompanhar revolução do mercado

A Ageas Seguros acompanha a evolução do mercado e da sociedade, ao colocar a tónica numa “evolução para uma lógica de serviço, de consultoria e de aconselhamento”, indo ao encontro dos interesses e necessidades dos clientes, garantiu José Gomes, da comissão executiva do Grupo Ageas Portugal, durante a Conferência Fórum PME Global que decorreu no passado dia 29 de outubro no Fórum Braga.

O evento, desenvolvido em parceria com a Ordem dos Economistas, pretendeu debater o contributo da atividade seguradora para a produtividade nas empresas. Com especial enfoque nas pequenas e médias empresas, que constituem a maioria do tecido empresarial português, realçou António Cunha, presidente da delegação norte da Ordem dos Economistas.

Em palco estiveram empresários para falar das suas preocupações, a começar pela qualificação dos recursos. Miguel Gonçalves, empresário e fundador da Spark Agency, realçou que Portugal está a atrair centros de tecnologia que necessitam de muita mão-de-obra especializada. “O grande tema que temos de corrigir neste momento é como vamos conseguir formar mais cinco mil engenheiros por ano? Se conseguíssemos, neste momento havia mercado para eles. Este é um grande obstáculo para as empresas”, disse.

Daí que, segundo, Rui Carvalho, sócio-gerente da CST – Grupo Cartonagem, seja necessário que as empresas saibam ser “inventivas” para “atrair a mão-de-obra qualificada” necessária.

Os negócios estão em mudança e o das seguradoras terá de acompanhar, explicou o administrador do Grupo M&Costas, Paulo Meireles. Devido aos carros elétricos, exemplifica, “haverá uma revolução nos próximos 10 a 20 anos”, criando “muitos desafios e incertezas”.

Segundo Gustavo Barreto, diretor de distribuição e marketing, para além da construção de soluções de proteção tradicionais, a Ageas tem vindo a percorrer um caminho que aposta na consultoria, serviço de análise e prevenção de riscos. Os agentes “podem ajudar empresas a construir soluções de proteção e de prevenção e análise de risco”.

Um serviço que tem vantagens mútuas e que é “personalizado” e “gratuito para as nossas empresas seguradas, a maioria das quais pequenas e médias empresas”, realça Gustavo Barreto.

Os empresários, alerta Tiago Marques Pereira, administrador do Grupo José Pimenta Marques, devem estar “disponíveis para ouvir e fazer análise de custo e benefício”. Gestão de risco Carmo Oliveira, diretora técnica do grupo Ageas Portugal, lembrou que o empresário suporta “quatro vezes mais risco” do que a seguradora, pois há custos indiretos de um acidente que não podem ser transferidos, como por exemplo os que estão associados ao investimento na formação de um novo trabalhador ou o lucro que se deixou de gerar porque uma fábrica parou devido a um incêndio.

Por isso, a prevenção e a gestão de incidentes, que podem originar acidentes, não devem ser menosprezadas. “Por cada 300 incidentes, dez por cento vão dar origem a acidentes, um dos quais grave”, refere Carmo Oliveira, apontando as estatísticas conhecidas e lembrando que a Ageas tem um serviço de consultoria nesta área, que dá resposta às micro, pequenas e médias empresas, e não apenas às grandes.

A prevenção, relembra a responsável na palestra “Prevenção e gestão de risco como chave da eficiência do negócio”, é uma boa aposta pois, indica, segundo um estudo da Agência Europeia para Saúde e Segurança no Trabalho, cada euro investido em prevenção tem um retorno superior a dois euros. O ciclo de conferências prossegue dia 30, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Fonte: Dinheiro Vivo