Alterações climáticas podem gerar “os riscos mais severos” para a banca e seguradoras, diz BoE

O Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), prevê que os riscos associados às alterações climáticas sejam dos mais severos a atingir o sector financeiro. Como tal, aconselha as instituições a tomar precauções.

O Banco de Inglaterra (BoE) avisa os bancos e seguradoras de que se devem preparar para os riscos que as alterações climáticas representam para a respectiva actividade.

“Um cenário de ‘demasiado pouco, demasiado tarde’, no qual são tomadas acções significativas, mas demasiado tarde para atingir as metas climáticas, pode resultar nos riscos financeiros mais severos que se estão a cristalizar nos sectores da banca e dos seguros”, lê-se num documento emitido pelo Banco de Inglaterra a propósito da semana verde do Reino Unido, organizada pelo Governo.

Os riscos que poderão vir a afectar o sector financeiro são descritos como “de longo alcance” tanto na “magnitude” como “amplitude”, acrescentando que podem adquirir dimensões maiores que outros tipos de risco.

Posto isto, a posição do banco central inglês é que as instituições precisam de lidar com os “riscos imediatos” e os desafios impostos pela transição para uma economia de baixas emissões de carbono.

Entre as recomendações da instituição liderada por Mark Carney está a nomeação de responsáveis para lidar com o assunto das alterações climáticas, que deverão identificar, medir, gerir e reportar a exposição a estas mudanças, para além de considerar de que forma cenários mais específicos dentro do tema poderiam afectar o negócio. Impõe-se uma “abordagem apropriada” para divulgar estes tipos de riscos com frequência.

O alerta chega numa altura em que os desastres naturais têm afectado com seriedade variadas economias. Na semana passada, o furacão Michael atingiu com severidade o México e o sul dos EUA. Este fim-de-semana também Portugal viu o furacão Leslie fazer estragos sobretudo no centro do país, levando ao encerramento de unidades de produção de empresas com actividade na região, como é o caso da Navigator.

Fonte Revista Sábado – Por Negócios – Jornal de Negócios