Com prazo perto do fim, familiares de vítimas do acidente da Chape viajam para tentar agilizar indenização

Mara Paiva, viúva de Mário Sérgio, e demais membros da AFAV-C, embarcam na segunda-feira para Bolívia e Colômbia. Prazo para ação expira no dia 28 de novembro

Membros da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense, a AFAV-C, embarcam na próxima segunda-feira para Colômbia e Bolívia.

O objetivo da viagem é buscar mais informações e entrar com o pedido de indenização pela morte dos 71 passageiros na tragédia aérea que ocorreu em novembro de 2016. A informação foi publicada primeiramente pelo Blog do Juca Kfouri e confirmada pelo GloboEsporte.com.

 

Com apoio da Chape, a AFAV-C corre contra o tempo para não perder o prazo, que expira no fim de novembro, quando o acidente completa dois anos. A meta é entrar com uma ação coletiva em outubro.

Segundo Mara Paiva, vice-presidente da associação e viúva do ex-comentarista Mário Sérgio, o motivo da viagem também é entender melhor o processo.

– Estamos tentando buscar mais detalhes. A associação já vem há mais de um ano com o objetivo de levantar tudo do acidente. Fomos para Miami e vamos para Bolívia e Colômbia atrás das instituições responsáveis para ver melhor o plano de voo e ter acesso a tudo que tinha na caixa-preta, algo que não temos ainda. Enfim, não podemos deixar isso cair no esquecimento – disse Mara, em conversa por telefone.

A AFAV-C foi criada pouco depois do acidente e vem estudando a melhor linha jurídica para protocolar a ação. Neste ano, diversas reuniões foram realizadas com a presença de advogados.

Até o momento, nenhum familiar recebeu nada pelas mortes. Nem da seguradora, resseguradora, empresa aérea LaMia ou demais órgãos de aviação. Segundo Mara, a seguradora ofereceu 225 mil dólares (cerca de R$ 1 milhão) para cada família, valor que não foi aceito. Ainda de acordo com ela, o processo todo deve levar pelo menos cinco anos na Justiça.

– A seguradora diz que que o avião não poderia ser sobrevoado a Colômbia, sendo que o destino era a Colômbia. Estão dificultando, alegam várias coisas. Nos ofereceram uma ajuda humanitária no valor de 225 mil dólares por vítima, mas enquanto não levantarmos todas as questões pendentes, não podemos aceitar.

Uma indenização nunca vai quantificar e nem precificar a tragédia, mas gostaríamos de um reconhecimento digno. Não podemos esquecer que muitas famílias estão passando por necessidade e muitas não vão conseguir se reestabelecer.

– Estamos falando de famílias que tem em média quatro filhos, crianças pequenas. O jogador de futebol tem toda uma gama por trás, a maioria veio de origem humilde, ajuda os pais, sogros, tios, sobrinhos…. É muito triste. Será até difícil viajar para a Colômbia e reviver tudo isso, mas é necessário – completou.

Fonte: GloboEsporte.com