Relançamento da economia deve passar pelos seguros

O aumento do número de seguradoras no país, a extensão do seguro obrigatório e o rigor no seu cumprimento vai relançar a atividade económica angolana, afirmou ontem, em Luanda, o administrador da Academia de Seguros e Fundos de Pensões (ASFP), Júlio Matias.

Apenas 27 seguradoras do ramo vida e não vida operam no país, com uma taxa de penetração de um por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Ao falar à imprensa no seminário sobre regulamentação e supervisão de seguros, Júlio Matias afirmou que a atividade seguradora alavanca a economia de um país e salvaguarda investimentos desde as pequenas, médias e grandes empresas.

Além dos seguros de trabalho e doenças profissionais, de responsabilidade civil automóvel e de aeronave e infraestruturas aeronáuticas, o seguro de transporte de mercadorias e incêndio devem ser obrigatórios e merecerem a maior atenção do órgão regulador deste sector.

O responsável justificou que ao tornar-se obrigatório, salvaguarda-se o interesse dos trabalhadores e permite-se uma capacidade de reinvestimento. O gestor sugere que o órgão regulador deste sector faça a revisão dos preços praticados pelas seguradoras e que a formalização dos mercados contribua, igualmente, no desenvolvimento desta atividade.

“O seguro de trabalho e doenças profissionais é obrigatório e devia merecer maior atenção da parte dos empregadores, para a salvaguarda do bem-estar do trabalhador”, afirmou.

As empresas devem encarar o seguro de trabalho e doenças profissionais como oportunidade de salvaguardar os seus interesses e para a continuidade da vida de um funcionário, no caso de haver um sinistro e as devidas indemnizações por pensões vitalícias e por razões de morte.

O chefe do Departamento de Seguros e Mediação da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), Silvano Adriano, afirmou que a sustentabilidade da economia de um país passa pelos serviços de seguros.

Para ele, deve ser feita a reformulação dos critérios de seguro obrigatório, uma atividade que a ARSEG persegue com a parceria de outras instituições, sendo uma atividade que contribui para a sustentabilidade da economia nacional.

A atividade de seguros em Angola existe desde 1922 e no final do período colonial apenas 26 seguradoras operavam no país. Atualmente, 10 milhões de dólares são necessários para a abertura de uma seguradora. Angola tem hoje 27 seguradoras a operar nos ramos vida e não vida.

Fonte: Jornal de Angola