Superintendente da Susep diz que o mercado é disruptivo, mas com responsabilidade

Susep tem olhar para inovação, mas analisa cada passo.

Durante palestra sobre regulamentações e garantia dos direitos do cidadão em tempos de insurtechs, no evento CQCS Insurtech & Inovação, o superintendente da Susep, Joaquim Mendanha, ressaltou que o mercado de seguros rompe fronteiras, mas isso deve ser feito com muita atenção.

“Estamos em um mercado altamente regulador, que tem regras. Então, claro, precisamos rever algumas delas, mas precisamos entender que estamos tratando de proteção. É uma ação disruptível, mas com responsabilidade”, comenta Joaquim Mendanha, que ainda completa: “Queremos discutir qual o caminho para contribuir com produtos e serviços e estamos abertos para isso, sabemos da importância que a tecnologia tem hoje”.

Jorge Nasser, diretor presidente da Bradesco Vida e Previdência, concordou que a regulamentação é fundamental neste cenário de inovação, principalmente em três áreas.

“Em conveniência, segurança e sustentabilidade. Sobre conveniência, remetemos ao consumo, na questão de segurança falamos de tecnologia, propriamente dito, e quando falamos de sustentabilidade falamos de regulação e a importância de investir em inovação, mas com responsabilidade”, pontua.

O superintendente da Susep também falou das oportunidades, riscos e desafios do setor de seguros diante da inovação. “O primeiro desafio é a disseminação do seguro. Temos trabalhado no desenvolvimento da cultura do seguro no país e a partir de janeiro, desenvolveremos ações para levar esclarecimentos à sociedade.

Além disso, temos que ter melhoria da condição de consumo do seguro, com mecanismos que possam contribuir para a diminuição de custos de produtos”.

Ele também reforçou que é preciso dar acessibilidade ao seguro. “Temos de oferecer o acesso de forma rápida, clara e fácil, sem esquecer que o Brasil é um país continental, onde hoje a distribuição é feita pelo corretor de seguros, que é responsável pelo crescimento do seguro no país. Com a inovação, ele terá que usar outras ferramentas para aumentar seu contato com o futuro segurado”.

Em relação aos desafios, Mendanha disse que é necessário pensar na solvência das companhias. “O consumidor precisa ter a solidez para saber o que está comprando, tendo segurança a longo prazo”. Outro desafio, segundo ele, é a questão da desburocratização, que está diretamente ligada ao ambiente online. “É impossível dizer que sem inovação é possível avançar”.

O palestrante de Portugal, José Figueiredo, presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), enfatizou que é importante pensar no papel que a seguradora tem no desenvolvimento do mercado, produzindo emprego direto e indireto. “Atualmente, o principal desafio é a supervisão financeira, garantindo o equilíbrio entre a estabilidade financeira e a proteção dos consumidores.

Tudo é um conjunto de oportunidades, como produtos mais flexíveis e adequados para o dia a dia, meios de distribuição de produtos de seguros mais simples, rápidas e práticas, novos produtos adaptados à era de digitalização e maior eficiência através do aumento da automatização de alguns componentes do processo de negócio”.

FONTE: Revista Cobertura