Agricultura tem seguro pouco conhecido

Carta de Conjuntura de junho, divulgada pelo Sincor-SP, destaca a baixa incidência do seguro que tange a principal atividade econômica do País.

As possibilidades do ramo de seguro agrícola são inúmeras, haja vista o grande território rural do Brasil. O serviço, no entanto, ainda é pouco conhecido, como mostra a Carta de Conjuntura do Sincor-SP.

Para profissionais da área, isto se deve à falta de apoio da sociedade e das entidades de classe no que tange à atuação junto aos governantes, que definem os incentivos, regulamentações e divulgação deste setor.

A importância da atividade pode ser demonstrada pelo PIB. A economia teve alta de 0,4% no primeiro trimestre de 2018, na comparação com o último trimestre do ano passado, segundo o IBGE. O setor que mais avançou foi justamente a agropecuária, com uma alta de 1,4%.

Os prêmios do seguro agrícola totalizam cerca de R$ 2 bilhões por ano. Dez empresas do ramo possuem faturamento acima de R$ 5 milhões, mostrando um setor altamente concentrado. As cinco maiores seguradoras têm mais de 90% do faturamento total.

Para os especialistas, que compõem a Comissão Rural do Sincor-SP, a disseminação da cultura do seguro agrícola deveria ocorrer em todos os níveis, em especial para os produtores e para os canais de distribuição (corretores de seguro e entidades financeiras que utilizam o seguro vinculado a financiamentos agrícolas e pecuários).

Segundo os profissionais, manter uma regularidade nos recursos governamentais – subvenções nas diversas esferas públicas – e aumentar as verbas para atender a demanda, também proporcionaria uma maior credibilidade ao ramo. Atualmente, as verbas atendem pouco mais de 10% da área plantada no País.

Outros Setores

Ainda segundo o estudo do Sincor-SP, os números são positivos, mas a perspectiva para o resultado do ano já não é mais tão favorável. A variação de receita total do setor de seguros está atualmente em 7%, com o DPVAT, e 8% sem levar em conta esse ramo no cálculo.

Especificamente em ramos elementares, no mesmo raciocínio, o valor passa de 5% para 6%, com e sem DPVAT. Já o segmento de pessoas cresceu 11%, um destaque, superando com folga a taxa de inflação.

Nos ramos típicos de seguros (por exemplo, automóvel, pessoas, residencial, empresarial etc.), mas ainda sem considerar as operações de saúde suplementar, a variação acumulada foi de mais 7%, em valores até maio de 2018, contra valores até maio de 2017. O valor é influenciado pela queda da receita do seguro DPVAT. Caso esse ramo fosse excluído nos dois períodos citados, a variação acumulada passaria de 7% para 8%.

Entretanto, as previsões para os próximos meses já não estão tão boas. Por exemplo, as expectativas para inflação e crescimento econômico em 2018 estavam bem melhor avaliadas há três ou quatro meses.

Outro risco adicional é a instabilidade política. Os candidatos ainda não detalharam seus planos para a economia. A greve de caminhoneiros, no final de maio, foi outro fator para piora das expectativas.

Veja a Carta de Conjuntura Junho 2018 completa.

https://www.revistaapolice.com.br/wp-content/uploads/2018/07/Carta-de-Conjuntura_Junho_2018.pdf

Fonte: Revista Apólice